Agosto foi de escassos negócios com soja no Brasil

O mercado brasileiro de soja apresentou poucos negócios e preços com pequenas oscilações ao longo do mês de agosto. No início de setembro, a movimentação seguiu arrastada e os referenciais recuaram. Com Chicago e dólar em baixa, os produtores se afastaram do mercado, esvaziando a oferta e determinando um ritmo quase parado para as negociações.

Negócios

     A saca de 60 quilos em Passo Fundo (RS) fechou a semana a R$ 164,00, abaixo dos R$ 168,00 do início da semana, mas um pouco acima dos R$ 163,00 do início de agosto. Em Cascavel (PR), o preço ficou em R$ 166,50, contra R$ 168,00 do início da semana e R$ 163,00 do início de agosto.

     Em Rondonópolis (MT), a cotação baixou de R$ 174,00 para R$ 164,00 na semana. Na abertura do mês passado, o preço era de R$ 167,00. No Porto de Paranaguá, a saca finalizou a semana a R$ 170,00, abaixo dos R$ 172,50 da segunda e acima dos R$ 168,00 do início de agosto.

     Os contratos com vencimento em novembro tiveram desvalorização de 4,2% em agosto, fechando o período a US$ 12,92,50 por bushel. Apesar da recuperação nos últimos dias, as perdas foram aprofundadas nos primeiros dias de setembro.

Dólar

     O dólar comercial teve desvalorização de 0,32% no mês passado, fechando a R$ 5,172. Mas na maior parte do mês a moeda americana seguiu sustentada. A semana, no entanto, foi de desvalorização.

     Os prêmios seguem firmes nos portos brasileiros, em meio ao ritmo lento dos negócios no mercado físico, combinada com uma demanda sempre firme. Nas últimas duas semanas, a passagem do furacão Ida trouxe problemas para os embarques nos Estados Unidos e o deslocamento da demanda para o mercado brasileiro, ajudando a sustentar os prêmios.

Comercialização

     A comercialização da safra 2020/21 de soja do Brasil envolve 85,9% da produção projetada, conforme relatório de SAFRAS & Mercado, com dados recolhidos até 3 de setembro. No relatório anterior, com dados de 6 de agosto, o número era de 81,9%.

Total Negociado

     Em igual período do ano passado, a negociação envolvia 97,9% e a média de cinco anos para o período é de 88,5%. Levando-se em conta uma safra estimada em 137,19 milhões de toneladas, o total de soja já negociado é de 117,84 milhões de toneladas.

     No período, a comercialização evoluiu um pouco melhor, mas o total negociado da safra 20/21 ficou abaixo do percentual de igual período do ano passado e da média para o período. Os produtores seguem retraídos, negociando apenas o necessário durante os melhores momentos. A aposta é de melhora no último trimestre do ano.

     As vendas antecipadas da safra 2021/22 estão atrasadas na comparação com o ano passado, mas acima da média de cinco anos. Levando-se em conta uma safra de 142,24 milhões de toneladas, SAFRAS estima uma comercialização antecipada de 25,6%, envolvendo 36,34 milhões de toneladas. No início de agosto, o número era de 23,7%

     Em igual período do ano passado, o número era de 49,3% e a média dos últimos cinco anos é de 24,9%.

Fonte: Dylan Della Pasqua ([email protected]) / Agência SAFRAS.

Calendários de semeadura de soja passam a ser obrigatórios em Goiás

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou nesta quinta-feira (2), no Diário Oficial da União, a Portaria nº 389 que estabelece os calendários de semeadura de soja referente à safra 2021/2022, que deverão ser seguidos pelos estados produtores em todo o país.

Nova medida

     A medida fitossanitária, implementada no Programa Nacional de Controle da Ferrugem Asiática da Soja (PNCFS), visa racionalizar o número de aplicação de fungicidas e reduzir os riscos de desenvolvimento de resistência do fungo Phakopsora pachyrhizi às moléculas químicas utilizadas no controle desta praga. 

     A semeadura da soja que, até o momento, era estabelecida somente nos estados da Bahia, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Tocantins, passa ser obrigatória também, a partir desta safra, nos estados do Acre, Alagoas, Amapá, Ceará, Distrito Federal, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraná, Piauí, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima e São Paulo, totalizando 20 unidades da federação com período determinado para início e final do plantio. 

Calendários

     Os calendários foram estabelecidos a partir das sugestões de Agências Estaduais de Defesa Agropecuária e do Zoneamento Agrícola de Risco Climático, ajustados em função das condições peculiares de cada região produtora. 

“Os ajustes foram efetuados pela coordenação nacional do PNFS, que identificou a necessidade de ampliação da coleta de dados que amparem a delimitação dos diferentes períodos dos calendários de semeadura, assim como o seu efetivo impacto nos resultados pretendidos do programa”, explica a coordenadora-geral de Proteção de Plantas, Graciane de Castro. 

     Segundo a coordenadora, o objetivo é que a medida seja implementada de forma orgânica e gradual, permitindo que os períodos subsequentes sejam estipulados de forma coerente com o contexto de cada região produtiva, em especial no que se refere às características edafoclimáticas, às práticas de manejo adotadas na prevenção e controle da praga e os resultados dos monitoramentos relativos à sua ocorrência em cada ano agrícola. As informações são do Mapa.

Fonte: Rodrigo Ramos ([email protected]) / Agência SAFRAS.

Preço recua, produtor se retrai e trava mercado interno de soja

A semana foi de poucos negócios e de preços recuando no mercado físico brasileiro de soja. A comercialização segue lenta. Bem capitalizado, o produtor se retrai, esvazia a oferta e espera por preços melhores.

Valores

Os referenciais para a formação dos preços internos tiveram desempenhos diferentes. Os contratos futuros e os prêmios subiram, mas o dólar recuou frente ao real. Esse quadro contribuiu para a cautela dos vendedores, mesmo com a boa demanda.

A saca de 60 quilos recuou de R$ 171,00 para R$ 168,00 na semana, em Passo Fundo (RS). Em Cascavel (PR), o preço baixou de R$ 169,50 para R$ 168,00. Em Rondonópolis (MT), a cotação caiu de R$ 177,00 para R$ 174,00. No Porto de Paranaguá, a saca passou de R$ 174,00 para R$ 172,50.

Estados Unidos

Em Chicago, a posição novembro acumulou valorização de 2,75% até o final da quinta, 26, quando fechou a US$ 13,26 ¼. O mercado encontrou sustentação nos sinais de boa demanda pelo produto dos Estados Unidos e no cenário financeiro mais positivo, principalmente na primeira parte da semana.

O clima nos Estados Unidos segue no foco. No começo da semana, a piora nas condições das lavouras e a previsão de poucas chuvas colaborou para a recuperação de Chicago. Mas o mercado de clima mudou e a indicação de chuvas ajudou a reduzir a valorização semanal.

Dólar

Depois das fortes altas da semana passada, o dólar comercial caiu 3,23% na comparação com o real até a quinta. A diminuição da preocupação com a economia mundial fez a moeda americana recuar para a casa de R$ 5,211. Mas as incertezas políticas e econômicas ainda ameaçam o cenário cambial.

Os prêmios tiveram uma semana positiva no Brasil, diante do ritmo lento das vendas no mercado físico. Para a safra atual, o prêmio para outubro está em 165 a 180 pontos acima de Chicago. Para a safra nova, a referência é de +12 a +25 para março, em Paranaguá.

Safra 2021/22

A produção brasileira de soja em 2021/22 deverá totalizar 141,26 milhões de toneladas, com aumento de 3,9% sobre o ano anterior e atingindo novo recorde. A previsão faz parte do boletim Perspectivas para a Agropecuária, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Bons preços internacionais

A Conab aposta em um crescimento de 3,6% na área a ser plantada, ocupando 39,91 milhões de hectares. A produtividade está estimada em 3.539 quilos por hectare, com aumento de 0,29%. O otimismo da Conab se baseia nos bons preços internacionais, no câmbio favorável, na expectativa de aumento no esmagamento e nas exportações e na boa rentabilidade de 2021 e prevista para 2022.

O esmagamento deverá saltar de 46,5 milhões para 51,47 milhões de toneladas entre 2021 e 2022. No período, as exportações deverão aumentar de 83,42 milhões para 87,58 milhões de toneladas, projeta a Conab.

Fonte: Dylan Della Pasqua ([email protected]) / Agência SAFRAS.

Bayer anuncia nova tecnologia de soja transgênica no Brasil

A multinacional Bayer anunciou nesta sexta-feira sua nova tecnologia Intacta 2 Xtend para semente de soja transgênica, disponível comercialmente para a safra 2021/22, que será plantada a partir de setembro, informou a empresa em nota.

Trata-se da terceira geração de biotecnologia em soja da Bayer e o primeiro lançamento da companhia no país desde a aquisição da Monsanto, em 2018.

“A Bayer já possui todas as aprovações internacionais necessárias em países que possuem volume significativo do produto e sistema regulatório funcional, como a China e a União Europeia”, disse a empresa em nota à Reuters sobre o acesso do produto entre os importadores de soja do Brasil.

A expectativa, na avaliação da companhia, é que haja ampla adoção no mercado para a próxima safra, uma vez que o “produtor brasileiro é adepto a inovações e adota rapidamente novas tecnologias”.

“Em parceria com as principais empresas de sementes, mais de 30 variedades de soja serão posicionadas para as principais regiões sojicultoras do Brasil e estarão disponíveis para todos os produtores licenciados, sendo três delas desenvolvidas exclusivamente para áreas de refúgio.”

A nova tecnologia foi testada nos últimos dois anos e, segundo a empresa, entregou 3,25 sacas por hectare a mais em relação aos principais checks (variedades similares existentes no mercado) na safra 2020/21.

Ainda segundo o comunicado, a transgenia proporciona uma proteção mais abrangente contra as principais lagartas que afetam as lavouras da oleaginosa, expandindo seu escopo de defesa contra duas espécies relevantes– a Helicoverpa armigera e a Spodoptera cosmioides– dentre outros benefícios, como tolerância aos herbicidas dicamba e glifosato.

Fonte: Reuters
Imagem: Notícia Agrícola