Nova metodologia com crioterapia elimina vírus em plantas de abacaxizeiro

Um protocolo que se baseia no congelamento de células (crioterapia) foi desenvolvido pela Embrapa pela primeira vez para a cultura do abacaxizeiro visando a remoção do complexo viral da murcha Pineapple Mealybug Wilt-Associated Virus (PMWaV), transmitido pela cochonilha Dysmicoccus brevipes, uma doença que pode impactar muito o cultivo.

Criopreservação

Esse protocolo se baseou em técnicas de criopreservação dessa fruteira, estabelecidos anteriormente em parceria com o National Center for Genetic Resource and Preservation (NCGRP /Usda), que pertence ao Departamento de Agricultura daquele país.

O vírus é a doença mais importante da cultura em todo o mundo, uma vez que as variedades mais difundidas da planta (Smooth Cayenne e MD12) são altamente suscetíveis a ele. Cientistas de diversas instituições de pesquisa dedicam-se a desenvolver cultivares resistentes. No entanto, até o momento não se conhece fonte de resistência a esse vírus. 

Nova metodologia

A nova metodologia recorre ao congelamento celular em associação ao cultivo de ápices caulinares (estrutura que possibilita a geração de uma nova planta) em tamanhos bem reduzidos e surge como uma alternativa importante, para a cultura em todo o mundo, de limpeza clonal do vírus da murcha. A expectativa é que o protocolo seja também adotado na rotina de biofábricas, com produção de mudas sadias. 

No Brasil, onde a variedade preferida pelo consumidor e pelo produtor é a Pérola, a doença mais importante é a fusariose, também conhecida por gomose ou resinose, causada pelo fungo Fusarium guttiforme, que acarreta danos severos aos frutos, inviabilizando a sua comercialização. Mas a murcha tem ganhado importância para a pesquisa no País nos últimos anos. Na busca por variedades resistente à fusariose, o Programa de Melhoramento Genético de Abacaxi gerou três híbridos (BRS AjubáBRS Imperial e BRS Vitória)  resistentes a essa doença, mas suscetíveis à murcha do abacaxizeiro, provável herança do Smooth Cayenne, um dos parentais usados na hibridação. “Buscar soluções para a murcha também é muito importante”, afirma a pesquisadora da Embrapa Mandioca e Fruticultura(BA) Fernanda Vidigal Duarte Souza

Complexo viral

A propagação do abacaxizeiro é vegetativa, o que favorece a disseminação de doenças, incluindo as viroses. O ideal é o plantio de mudas produzidas a partir de matrizes sadias  ou de mudas obtidas em biofábricas que utilizem técnicas de micropropagação. Entretanto, o produtor muitas vezes dá preferência a mudas de campo, mais baratas, de acesso mais fácil, mas sem nenhuma garantia de qualidade sanitária. “Mudas sadias são fundamentais para o controle tanto da fusariose quanto da murcha associada à virose”, afirma o também pesquisador da EmbrapaDomingo Haroldo Reinhardt.

Segundo o pesquisador Eduardo Chumbinho de Andrade, responsável pelo Laboratório de Virologia da Embrapa Mandioca e Fruticultura, como não existem sintomas visuais no fruto, em geral a doença é pouco percebida pelo produtor:

“O que acontece é um desempenho pior da planta. Os frutos, muitas vezes, são menores e têm menor valor de mercado. Ou seja, na classificação do fruto, ele perde por qualidade. A murcha é um problema difícil porque envolve vírus e uma cochonilha, um inseto que, além de transmitir o vírus de uma planta para outra, também é praga. E, mesmo que o produtor consiga controlar a cochonilha, pode ainda não perceber a murcha na área”.

No caso da murcha, ocorre um complexo viral, uma vez que existem três tipos de vírus e é possível encontrar na planta o tipo 1, o tipo 2, o tipo 3 ou associações entre eles. “A teoria da cultura de tecidos diz que, ao se introduzir um tecido meristemático in vitro e resgatar aquela planta, consegue-se eliminar o vírus, mas percebemos que, em abacaxi, não funciona exatamente assim. O vírus fica localizado em uma região do tecido meristemático muito próximo às células mais adensadas, então é preciso fazer um trabalho um pouco diferente”, explica Fernanda. Tecidos meristemáticos são de origem embrionária, constituídos por conjuntos de células que têm a capacidade de sucessivas divisões e ocorrem em órgãos de crescimento.

Uso comercial

O engenheiro-agrônomo Herminio Souza Rocha, analista do Setor de Gestão de Transferência e Tecnologia da Embrapa Mandioca e Fruticultura, espera que, em breve, a metodologia possa ser incorporada à rotina de biofábricas.

“A probabilidade de mais uma tecnologia para a limpeza clonal do vírus da murcha é de extrema importância para a cultura do abacaxizeiro, tanto no Brasil quanto no mundo inteiro. Produzir mudas micropropagadas para fazer um banco de matrizes que pode ser recontaminado com o vírus da murcha ou utilizar material de plantio que não foi indexado ou limpo é um risco muito grande para o processo produtivo”, diz.

Segundo Alexandre Drefahl, da Clona-gen Biotecnologia Vegetal, empresa licenciada para produzir e comercializar mudas dos abacaxis BRS Ajubá, BRS Imperial e BRS Vitória, a limpeza viral é bem difícil, exige técnica e bastante critério.

“É preciso um protocolo bem ajustado para conseguir recuperar a planta a partir de uma porção de tecido muito pequena”, afirma. A Clona-gen utiliza a termoterapia no processo de produção de mudas – um processo totalmente oposto à crioterapia – em que o material é cultivado numa condição de temperatura alta e bem controlada por 15 dias. Se a crioterapia permitir a obtenção um explante um pouquinho maior ou a redução desse tempo seria muito interessante”, salienta.

Explante é um pequeno fragmento de tecido vivo das plantas para ser cultivado em meio artificial.

Fonte: Comunicação Social/ Embrapa.

ILPF melhora fertilidade e aumenta retenção de água no solo

As vantagens dos sistemas integrados já são bem conhecidas, como bem-estar animal, por conta da sombra das árvores, diversificação das fontes de renda para o produtor rural, maior produtividade. O que muitas pessoas desconhecem são os serviços ambientais promovidos pela presença de árvores.

Melhorias

A integração com o componente arbóreo reverte-se em melhorias para o solo e para a conservação da água, devido ao aumento de matéria orgânica, da atividade biológica e da ciclagem de nutrientes. De acordo com o pesquisador Alberto Bernardi, da Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos, SP), isso influencia na qualidade do solo, com melhoria na fertilidade e maior infiltração e retenção de água no solo.

Esses sistemas mais conservacionistas, como a integração lavoura-pecuária e lavoura-pecuária-floresta (ILPF), ainda proporcionam maior diversidade de organismos. Essa fauna mais diversa auxilia no controle de pragas e de doenças.

Simpósio de integração

Nos dias 15 e 16 de setembro, o VII Simpósio de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) do estado de São Paulo vai trazer especialistas para discutir um pouco dos serviços ambientais prestados pela ILPF.

O evento será no formato virtual. As inscrições estão abertas para técnicos, produtores, pesquisadores e estudantes.

O objetivo é discutir as principais metodologias, inovações e soluções para sistemas de produção integrados e com isso aumentar a adoção e o adequado manejo da ILP e da ILPF.

A iniciativa é organizada pela Embrapa Pecuária Sudeste e Grupo de Estudos Luiz de Queiroz (GELQ – Esalq/USP).

As inscrições são gratuitas e podem ser feitas aqui.

Fonte: Comunicação Social/ Embrapa.

Embrapa abre seleção para comercialização de novo híbrido de milho

Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) informa a abertura de seleção para produtores interessados na produção e comercialização de sementes de um novo híbrido de milho que será lançado, o BRS 2107. O processo prevê a seleção de até cinco produtores que receberão sementes do novo híbrido para validação do seu desempenho agronômico, dos seus progenitores e do sistema de produção de sementes.

Interessados


As empresas selecionadas, caso tenham interesse em assinar o Contrato de Licenciamento, terão o direito de registrar esta área inicial, multiplicar e comercializar as sementes obtidas da cultivar. Confira todas as informações relativas à nova cultivar aqui.

A cultivar BRS 2107, desenvolvida pela Embrapa Milho e Sorgo, é um híbrido convencional do tipo “top-cross”, obtido pelo cruzamento entre um híbrido simples – com maior potencial produtivo – e uma variedade.

Facilidades

Segundo o agrônomo, o híbrido do tipo “top-cross” permite o plantio dos progenitores na mesma época, facilitando a instalação do campo de produção de sementes e dispensando a semeadura adicional de um dos progenitores.

“A proporção de plantio entre linhas do progenitor feminino e masculino pode ser ampliada, possibilitando maior número de linhas do progenitor feminino, por área plantada e, consequentemente, maior rendimento na produção de sementes. Portanto, a cultivar BRS 2107 possibilita ótimo rendimento na produção de sementes, o que reduz o custo de produção, tornando o preço de venda das sementes competitivo no mercado”, destaca Coelho.

De acordo com o pesquisador Roberto dos Santos Trindade, da área de Melhoramento Genético da Embrapa Milho e Sorgo, a cultivar possui ciclo precoce, ampla adaptabilidade em todo o território brasileiro e estabilidade para plantio tanto na safra como na safrinha, com excelente desempenho produtivo, sendo a principal finalidade a produção de grãos.

“O híbrido ainda apresenta baixo percentual de acamamento e quebramento, sendo uma ótima alternativa para lavouras de baixo e médio investimento, pelo preço competitivo de suas sementes e seu desempenho agronômico”, reforça.

Características

Conheça abaixo mais características agronômicas da cultivar

Híbrido de milho BRS 2107

Ciclo: precoce/normal

Florescimento feminino: 59 dias (do plantio ao florescimento)

Florescimento masculino: 60 dias

Empalhamento: médio

Altura planta: 265 cm

Altura espiga: 145 cm

Fileiras de grãos: 14 a 18

Textura do grão: semidentado

Cor do grão: amarelo/alaranjado

Comprimento médio da espiga: 15,5 cm

Diâmetro médio da espiga: 5,1 cm

Resistência ao acamamento: alta

Época de plantio: safra e safrinha

Uso: grãos

Nível de investimento: baixo/médio investimento

Região de adaptação: todo território brasileiro

Densidade de plantio (em mil plantas/ha): 45-55 mil (populações mais baixas para a safrinha)

Peso hectolítrico: 751 g/l

Peso de 1.000 sementes: 479 g

Sanidade: moderadamente resistente à mancha-de-diplodia e cercosporiose e moderadamente suscetível à mancha-branca, ferrugem-polissora, mancha-de-bipolares, mancha-de-turcicum e ao complexo do enfezamento.

Processo seletivo

Os produtores de sementes interessados, que devem ser inscritos no Renasem (Registro Nacional de Sementes e Mudas), poderão se manifestar pelo e-mail [email protected] até as 18 horas do dia 31 de agosto de 2021. O Edital e seus anexos podem ser acessados na página “Licenciamento de tecnologias”. Todas as informações podem ser consultadas aqui.

Fonte: Comunicação/ Embrapa.

Mercado de forrageiras movimenta mais de R$ 1,4 bilhão ao ano

O Brasil é conhecido como grande produtor e exportador de vários produtos, como carne, soja, milho, frango, etc. Em 2020, o país consolidou-se como o maior exportador de carne bovina, com 2,2 milhões de toneladas, ocupando 14,4% do mercado internacional e o primeiro lugar da lista.

Sementes forrageiras

O que poucas pessoas sabem é que o Brasil é líder mundial em produção, consumo e exportação de sementes forrageiras. Esse mercado movimenta mais de R$ 1,4 bilhão ao ano. As forrageiras também contribuem para a manutenção do país na posição de grande produtor e exportador de carne bovina.

Para apresentar conhecimentos consolidados sobre esse importante segmento, a Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos- SP) organizou a publicação Monitoramento tecnológico de cultivares de forrageiras. O trabalho traz informações tecnológicas sobre as cultivares e o mercado de sementes. O levantamento foi feito com base em dados sobre o mercado legal de sementes e mudas de forrageiras.

Publicação

De acordo com um dos autores, o médico veterinário Hélio Omote, o mercado de sementes cresce a cada ano. “Os produtores estão mais exigentes e buscam sementes de melhor qualidade, como já ocorre com outras culturas, como a soja, por exemplo”, conta Omote. Segundo o Censo Agropecuário Brasileiro (IBGE, 2018), a área total de pastagens, tanto naturais quanto plantadas, é de 158,6 milhões de hectares. Setenta por cento são pastagens plantadas.

Liderança da Embrapa

A Embrapa é líder mundial na geração de cultivares de forrageiras tropicais. Os capins Brachiaria brizantha cv. Marandu e Panicum maximum cv. Mombaça, desenvolvidos pela Embrapa, corresponderam a cerca de 70% da produção de sementes, considerando as cinco principais forrageiras tropicais cultivadas no país na safra 2018/2019.

Fonte: Ascom/ Embrapa

Estudo confirma viabilidade do cultivo de morango hidropônico no Distrito Federal

Uma pesquisa realizada nos campos experimentais da Embrapa Hortaliças (Brasília/DF) comprovou a viabilidade agronômica e socioeconômica do cultivo vertical de morango em ambiente protegido. Nos últimos três anos, os agrônomos desenvolveram e validaram um sistema de produção de morango semi-hidropônico, em sacarias verticais, também conhecidas por bag, recomendado para as condições do Distrito Federal.

Protótipo

O protótipo do sistema vertical de produção semi-hidropônica de morango considerou sacarias de diferentes materiais como PVC, plástico preto e plástico branco, além de vários tipos de substratos (fibra de coco, arroz carbonizado e areia lavada) e formulações para a solução nutritiva.

“Atualmente, o sistema mais comum utilizado pelos produtores de morango do Distrito Federal é o plantio em solo, em canteiro coberto com mulching plástico e uso de irrigação por gotejamento, que resulta em uma produtividade média de 0,8 kg/planta”, aponta o pesquisador Marcos Brandão Braga, agrônomo da Embrapa Hortaliças e responsável pelo projeto de pesquisa, que é financiado pela Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP-DF) e executado em parceria com a Emater-DF.

Resultados

Terminada a etapa de coleta de dados e informações, os resultados preliminares da pesquisa sinalizam a possibilidade de produzir morango em estufas durante o ano todo, no sistema semi-hidropônico, fugindo da sazonalidade e obtendo elevada produtividade e frutos de boa qualidade sensorial e tamanho comercial.

Fonte: Embrapa

Faturamento bruto das lavouras dos Cafés do Brasil atinge R$ 33,5 bilhões

A receita bruta estimada para as lavouras dos Cafés do Brasil, neste ano de 2021, totaliza R$ 33,51 bilhões, montante que teve como base de cálculo e referência os preços médios recebidos pelos produtores de janeiro a junho deste ano. Neste contexto, o faturamento dos cafés da espécie arábica foi calculado em R$ 26,29 bilhões, valor que corresponde a 78,5% do total, e, em complemento, a receita dos cafés conilon, foi estimada em R$ 7,21 bilhões, valor equivalente a 21,5% da receita total.

Sudeste

Como a cafeicultura brasileira é produzida em dezesseis estados da Federação, nas cinco regiões geográficas do País, merece destaque que a Região Sudeste, maior produtora de cafés no País, teve a sua receita das lavouras cafeeiras estimada em R$ 29,19 bilhões, faturamento que corresponde a 87,1% do total nacional.

Nordeste

Na segunda colocação, vem a Região Nordeste, com faturamento previsto de R$ 2,19 bilhões, o qual equivale a 6,5% do total nacional. E, na sequência, vem a Região Norte, com R$ 1,17 bilhão (3,4%); em quarta posição, a Região Sul, cuja receita está calculada em 683,84 milhões (2%).

Centro-Oeste


E, finalmente, no quinto lugar desse ranking, está a Região Centro-Oeste, que teve o seu Valor Bruto da Produção das lavouras cafeeiras calculado para o presente ano-cafeeiro em R$ 264,37 milhões (menos de 1%).

VBP total

Dessa forma, convém destacar, ainda, que esta performance das receitas das lavouras cafeeiras, apuradas no mês de junho deste ano, posiciona o café (com R$ 33,50 bilhões) no quarto lugar do ranking do VBP total das lavouras do nosso País, neste ano em curso. Assim, as três culturas de maior faturamento são a soja, milho e cana-de-açúcar, as quais tiveram as suas receitas brutas estimadas, respectivamente, nos seguintes montantes: R$ 362,39 bilhões, R$ 131,47 bilhões e R$ 82,68 bilhões.  

Tais números e dados do VBP são produzidos e divulgados mensalmente pela Secretaria de Política Agrícola – SPA, do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento – Mapa, com base na estimativa do faturamento de 17 lavouras apuradas que serão responsáveis, no caso, neste ano de 2021, pelo faturamento bruto total estimado de R$ 753,19 bilhões. O estudo, ora em destaque, está disponível na íntegra, assim como as suas demais edições, no Observatório do Café do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café.

Comparação anual

Na comparação com 2020, cujo faturamento exclusivamente das lavouras foi de R$ 661,61 bilhões, a receita total de 2021 deverá ter um aumento em torno de 13,8%. Nesse caso, os maiores destaques, em termos de crescimento, serão para o arroz (aumento de 3,8%), cana-de-açúcar (2,3%), milho (15,7%), soja (30,2%) e trigo (34,6%), os quais irão responder por 80,8% do VBP das lavouras.

Entretanto, em relação ao café, como seu VBP foi de R$ 40,06 bilhões, em 2020, constata-se que houve uma redução do faturamento de 16,3% em 2021, em decorrência principalmente da bienalidade negativa, fenômeno que alterna uma safra de café maior com outra menor, no ano seguinte, além da ocorrência de estiagem nas principais regiões produtoras do País.

Fonte: Ascom/ Embrapa

Fórmula inovadora de ração tem ação terapêutica no combate a bactérias e potencial para melhorar desempenho de tilápias

Pesquisadores da Embrapa Meio Ambiente, em parceria com a Universidade Federal de São Carlos (UFScar) e Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), formularam uma ração para peixes que inclui extratos naturais em sua composição, tecnologia patenteada recentemente.  

O principal efeito do extrato é ser agente alternativo promissor para melhorar a produção e o controle de doenças parasitárias no cultivo de peixes, evitando o uso de antibióticos sintéticos, que podem acarretar possíveis reflexos na resistência imunológica e imunossupressão.

Benefícios

Entre os benefícios, proporciona maior desempenho produtivo e estimula o sistema imune, evitando assim os efeitos negativos do estresse, melhorando a resistência a patógenos.

 “Testamos o produto com peixes, que passaram por um desafio bacteriano. Inoculamos bactérias após a suplementação com a ração contendo o extrato e os peixes apresentaram maior sobrevivência e melhoria do sistema imune. Quer dizer, estavam melhor preparados para enfrentar esse desafio bacteriano” explica  Michelly Soares, pesquisadora colaboradora na pesquisa. 

Além de proporcionar um aumento na eficiência produtiva, melhoria na conversão alimentar, maior crescimento e melhora do sistema imunológico, também minimiza estresse inerente ao cultivo e que tornam os peixes mais suscetíveis a novas doenças. Esses efeitos benéficos foram possíveis com a inclusão desse extrato na formulação da ração.

Psicultura


Além disso, por ter ação antibacteriana, pode ser usado para combater bactérias que mais acometem os peixes de piscicultura, pois apresentou potencial eficácia para inibir o crescimento e eliminar as bactérias Streptococcus agalactiae, a Aeromonas hydrophila e a Flavobacterium columnare, sendo uma bioalternativa para reduzir o uso de antibióticos sintéticos na piscicultura.  

“Os resultados da pesquisa mostraram ser muito promissores e, por ser baseado em um produto natural, contribui para a sustentabilidade da aquicultura, acredita Michelly. Uma vez adotado pelos produtores, haverá uma oferta de alimentos mais saudáveis e seguros para os consumidores, já que irá reduzir a necessidade de uso de antibióticos na produção de peixes, evitando a presença de resíduos. Com isso, esse novo produto inovador possui potencial para impactar positivamente a cadeia produtiva da aquicultura, em especial as fábricas produtoras de ração para peixes”, diz Sonia Queiroz, pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente.   

“Os resultados deste estudo demonstram claramente que a utilização da formulação de ração contendo suplementação com o extrato pode beneficiar a aquicultura pelo potencial em aumentar a eficiência produtiva do setor de piscicultura, pois proporciona melhoria na conversão alimentar, maior crescimento, melhora do sistema imune e minimiza a resposta ao estresse dos peixes de cultivo e atende uma das maiores demandas do setor produtivo de tilápias, o peixe mais produzido no Brasil e no mundo, que tem sofrido perdas produtivas em decorrência do aumento da ocorrência de bactérias”, diz  Fernanda Sampaio, pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente e uma das coordenadoras da pesquisa. 

Projeto


Após a obtenção da patente a pesquisa será ampliada com testes a campo para certificação das respostas obtidas em laboratório. Para isso foi feito projeto em parceria com a Terpenia Bioinsumos e em conjunto com a Embrapa estão dando continuidade a pesquisa. 

“Nós da Terpenia Bioinsumos estamos muito motivados e otimistas com a parceria com a Embrapa Meio Ambiente, por meio de um contrato de inovação aberta, cujo objeto, escopo e metodologia se enquadram perfeitamente na nossa estratégia e propósito empresarial” diz Miguel Bassi Peres, Diretor Comercial da Terpenia. 

“Além disso, continua Peres,  nossa empresa foi criada para o desenvolvimento de bioativos a partir de extratos vegetais, com base no conhecimento existente na academia e nos institutos de pesquisa no Brasil, que associado à nossa experiência empresarial visa a viabilização de produtos inovadores que possam chegar ao mercado de forma competitiva”.  

A equipe de execução do projeto é composta por Claudio Jonsson, Sonia Queiroz, Fernanda Sampaio, Marcos Losekann e Marcia Assalim, da Embrapa Meio Ambiente,  Michelly Soares e Francisco Rantin, da UFScar, além dos colaboradores da Terpenia.

Fonte: Embrapa

Scheffer e Embrapa firmam parceria para desenvolvimento de novos produtos biológicos

A Scheffer, primeira empresa brasileira do agronegócio a obter o selo “regenagri” de Agricultura Regenerativa, acaba de firmar uma parceria técnico-científica com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa para o desenvolvimento de novos produtos biológicos. A companhia, que já investe no uso de bioinsumos, busca agora com a parceria ampliar ainda mais a utilização de bioprodutos em suas lavouras. A Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia passa a ser a licenciadora dos produtos biológicos da Scheffer.

A meta é dobrar a área de agricultura regenerativa, método sustentável que propõe cultivar o solo com redução do uso de químicos, de 4.000 para 8.000 hectares até o final de 2023.

A Parceria

De acordo com Candido Barreto de Novais, doutor em saúde do solo e coordenador de Laboratório e Pesquisa da Scheffer, a parceria firmada com a Embrapa vai permitir que a empresa teste em campo os resultados obtidos em anos de estudos pela equipe da pesquisadora Rose Monnerat, da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia. “Será um grande avanço, pois nós poderemos observar diretamente nas lavouras, em larga escala, como estes novos ativos biológicos irão se comportar tanto no controle de pragas, quanto no desenvolvimento de plantas”, afirmou Candido.

Dyogo Machado, diretor de Novos Negócios da Scheffer, ressalta a importância da parceria com a Embrapa. “O sucesso do controle biológico se dá por conta dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento de produtos cada vez mais modernos e tecnológicos. Os institutos de pesquisa e a conexão deles com grandes empresas proporcionam a transferência de conhecimento necessária para introduzir inovação nas formulações biológicas. E contar com o apoio desta equipe altamente especializada vai permitir que possamos avançar ainda mais em relação à pesquisa e na substituição dos atuais produtos químicos pelos biológicos. Os novos produtos vão colaborar com o manejo em campo, entregando alimentos e fibras mais sustentáveis para a sociedade”, destacou Dyogo.

Capacitação

A equipe da Scheffer passou 15 dias com a equipe de Controle Biológico da Unidade da Embrapa, em Brasília, em treinamento. E ocorrerão outros ciclos de capacitação e troca de conhecimento entre ambas. A Scheffer dispõe de uma equipe especializada que atua exclusivamente com a agricultura regenerativa e no desenvolvimento de produtos biológicos.

A pesquisadora Rose Monnerat, da Embrapa, ressalta ainda que a parceria entre as duas empresas possibilita, além da troca de experiências, o desenvolvimento de tecnologias em prol do agronegócio e da produção racional de produtos agrícolas. “A Scheffer está na vanguarda das empresas do agronegócio preocupadas com a produtividade e com o controle de pragas e doenças de forma integrada, racional e sustentável. Esse tipo de iniciativa deverá ser um exemplo de como as empresas podem trabalhar a cooperação e o co-desenvolvimento unindo excelência técnica e infraestrutura avançada, atuando dentro do conceito de manejo integrado de pragas e doenças. Desta forma, além de gerar soluções agrícolas de qualidade, estamos contribuindo para a preservação do ambiente e protegendo os seres vivos”, frisou Monnerat.

Produtos biológicos são produtos compostos de microrganismos, como fungos e bactérias, que controlam doenças e pragas, ajudando a produzir alimentos com a redução do uso de produtos químicos. Além de promover a sanidade das plantas, os bioprodutos não são tóxicos aos seres humanos ou animais, não poluem o ambiente e ajudam a manter o equilíbrio ecológico da natureza.

Foco na sustentabilidade

Segundo Guilherme Scheffer, diretor financeiro da empresa, no último ano, a companhia aumentou os investimentos na área de pesquisa científica. “Nosso propósito é ser cada vez mais sustentável. E esta parceria com a Embrapa vai garantir ainda mais eficiência. Percebemos que a agricultura convencional está menos rentável e sustentável. A cada ciclo, é preciso aumentar o uso de químicos no controle sanitário, o que, ao mesmo tempo, aumenta a capacidade de resistência de pragas e doenças. A única solução é preservar, nutrir e usar a biodiversidade a nosso favor. Estamos visivelmente investindo cada vez mais em práticas regenerativas, que garantam produtividade sem perder a saúde do solo e entregando mais vida na terra”, argumenta Scheffer.

Para Rafael Vivian, chefe de Inovação e Negócios da Unidade, a parceria com a Scheffer promove a integração de competências e possibilitará a inserção de novas soluções para manejo biológico de pragas. “O nosso objetivo é fortalecer a relação da pesquisa com o campo e proporcionar um ambiente de inovação constante, atendendo aos interesses da cadeia produtiva. Contribuímos para a produção agrícola de maior qualidade e permanecemos atentos aos desafios e tendências de futuro para o agronegócio”, finaliza Rafael.

Scheffer

Com mais de 30 anos de atividades, a Scheffer tem sede em Cuiabá (MT) e nove unidades produtivas distribuídas entre Mato Grosso, Maranhão e Pará, com presença também na Colômbia, com mais de 200 mil hectares de área cultivada para a produção de soja, algodão, milho, pecuária, além de atuar na mineração.

A produção de algodão é a principal atividade. A empresa é uma das cinco maiores produtoras de algodão do País. O volume produzido é 100% certificado pelo Better Cotton Iniciative (BCI) e pelo Algodão Brasileiro Responsável (ABR). Além do cultivo, a Scheffer beneficia a pluma em cinco algodoeiras próprias.

 A Scheffer investiu o conhecimento de décadas com novas técnicas para praticar agricultura regenerativa, que compreende num conjunto de ações que recuperam a biodiversidade, criando plantas mais saudáveis, resilientes e com um impacto melhor para todos: da vida no solo, às pessoas, o negócio e o planeta como um todo. E por isso, foi a primeira empresa no Brasil a obter a certificação em agricultura regenerativa regenagri.

Fonte: Assessoria de Imprensa Scheffer/ Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia.