Zoneamento agrícola indica melhores épocas para o plantio do maracujá

O novo Zoneamento Agrícola de Risco Climático para a cultura do maracujá (Zarc Maracujá) foi publicado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) nesta quarta-feira (21) no Diário Oficial da União.

O resultado final do estudo são as indicações das melhores épocas para o plantio do maracujazeiro e os respectivos níveis de risco climático em todos os municípios brasileiros, em sistema sequeiro e irrigado, considerando o clima, os tipos de solos e os ciclos de cultivo recomendados no país. Dessa forma, agricultores e técnicos podem planejar melhor sua produção e o sistema de produção a ser adotado, a fim de evitar que adversidades climáticas coincidam com as fases mais sensíveis da cultura e, assim, minimizando riscos de perdas na produção.

Zarc

No Zarc para a cultura do maracujá, foram considerados para a análise de riscos a disponibilidade hídrica para a cultura, a ocorrência de geadas e a ocorrência de temperaturas muito elevadas no período de florescimento. Cada um desses fatores é avaliado conforme a fase do ciclo da cultura, que pode apresentar maior ou menor sensibilidade aos eventos adversos.

O estudo foi realizado pela Embrapa, com apoio do MAPA e Banco Central, e contou com a colaboração de participantes de todo Brasil, incluindo pesquisadores, técnicos e representantes do setor produtivo e instituições com interesse na cultura.

Maracujá no Brasil

O maracujá é produzido em todas as regiões brasileiras, tendo limitações apenas nas áreas mal drenadas e nas áreas sujeitas a geadas. A principal espécie cultivada é o maracujá azedo (Passiflora edulis Sims), presente em mais de 90% dos pomares, mais comumente em sistema irrigado. São estimados cerca de 50 mil produtores em todo o País, a maioria de pequeno porte.

O Nordeste é a principal região produtora, com destaque para a Bahia, com maiores produção (168,4 mil toneladas) e área colhida (15,6 mil ha). Já o maior rendimento está no Distrito Federal, com 27,68 t/ha. O Brasil é o maior produtor e consumidor mundial de maracujá.

Zarc Maracujá para sistemas de produção em dois tipos de mudas

A principal inovação no novo Zarc Maracujá é a inclusão do sistema de cultivo baseado no chamado “mudão”, além do sistema tradicional.

O método de produção baseado no mudão foi desenvolvido pela Embrapa Cerrados e consiste no uso de mudas mais vigorosas, com altura entre 90 cm e 180 cm e plantadas no campo com idade a partir de 120 dias. Por outro lado, as mudas convencionais têm, em média, menos de 50 cm de altura e são plantadas com idade de 60 dias. As mudas do tipo mudão passam mais tempo no viveiro (120 dias) ou na estufa (70 dias) antes de serem levadas ao campo.

Vantagens do mudão

As principais vantagens do mudão são a menor taxa de mortalidade no campo, o menor tempo de exposição às adversidades do campo na fase mais vulnerável do início do desenvolvimento, maior precocidade e maior produtividade, além de maior tolerância a pragas e doenças.

De acordo com os resultados do Zarc maracujá em sequeiro (não irrigado), observa-se que o mudão pode ser plantado com menor risco climático, em mais municípios e num período maior do ano agrícola se comparado à muda convencional. Em regiões com clima mais restritivo, como em regiões menos chuvosas do Nordeste, por exemplo, alguns municípios só se viabilizam com o mudão.

Restrições hídricas

Restrições hídricas são o principal fator de risco na maior parte do Brasil. Por isso o sistema irrigado viabiliza a produção em muitas áreas onde o sequeiro é inviável. Na versão do Zarc para o maracujá irrigado, assume-se que a irrigação será responsável pelo suprimento hídrico da planta, excluindo-se qualquer episódio de deficiência hídrica.

Porém, mesmo no sistema irrigado, algumas regiões podem apresentar risco climático elevado onde a temperatura máxima costuma ultrapassar os 39oC durante o período de florescimento. Por isso, mesmo no sistema irrigado, a muda convencional pode apresentar janelas de plantio diferentes das do mudão, em função dos ciclos diferentes nesses dois sistemas e dos riscos que afetam as diferentes fases.

Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Valor da Produção Agropecuária de 2021 é estimado em R$ 1,099 trilhão

A estimativa do Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) de 2021 é de R$ 1,099 trilhão, 10,5% acima do valor de 2020, que foi de R$ 995 bilhões. As lavouras representam R$ 753,2 bilhões e a pecuária, R$ 346,2 bilhões.

O faturamento das lavouras, em valores reais, cresceu 13,8%, e a pecuária, 3,8%, ambos em relação ao ano passado. Os produtos que mais se destacaram foram arroz, com aumento do VBP de 3,8%, cana-de-açúcar 2,3%, milho 15,7%, soja 30,2% e trigo 34,6%. Estes cinco produtos representam 55,4% do VBP total.

Milho


Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o plantio tardio do milho de segunda safra e o clima adverso em algumas regiões como geadas, afetaram a produção e a produtividade, que tiveram quedas de 10,8%, e 17,5% respectivamente. Apesar desses eventos, o milho tem tido fortes aumentos de preços, que resultam em acréscimos no valor da produção.

Na pecuária, os melhores resultados estão sendo observados em carne bovina, que teve acréscimo de 7,5 % no VBP, e em carne de frango, acréscimo de 6,1%. Outros componentes da pecuária como suínos e leite, estão com pior desempenho.

Agronegócio

Uma relação de produtos apresenta redução de valor da produção em relação a 2020. São estes: algodão, amendoim, banana, batata-inglesa, cacau, café, feijão, laranja, mandioca, tomate e uva. Entretanto, as reduções não são elevadas. Isso tem ocorrido principalmente devido às quedas de quantidades produzidas e de preço.

Recordes de VBP podem ser observados em arroz, soja, milho e trigo, pois obtiveram valores não observados numa série desde 1989. Chama atenção o trigo, que além do recorde de valor neste ano, a produção estimada também não havia ainda sido observada. Neste ano, a previsão é de uma safra de 8,48 milhões de toneladas. Até este ano, o maior valor foi observado em 2015-2016 quando a safra foi de 6,73 milhões de toneladas.

O agronegócio continua obtendo bons resultados das exportações. As exportações totais do agronegócio nos cinco primeiros meses de 2021, resultaram em U$ 61,49 bilhões. As exportações de carne resultaram em receitas de US$ 9,0 bilhões, e de soja grão, U$ 24,81 bilhões. O agronegócio representa neste ano 46,2% das exportações totais do país. Esses resultados contribuem adicionalmente para o crescimento do VBP.

Os dados regionais mostram que neste ano quase todos os estados presentam maior nível de faturamento que no ano passado. Isso vem ocorrendo devido aos resultados favoráveis de produtos como, arroz, milho, soja, trigo, cana de açúcar, carne bovina, carne de frango e outros. Um ranking dos estados indica que os cinco primeiros em termos de VBP são Mato Grosso, Paraná, São Paulo, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Esses têm sua economia baseada em forte ênfase em milho e soja, e também na produção pecuária.

VBP

O VBP mostra a evolução do desempenho das lavouras e da pecuária ao longo do ano e corresponde ao faturamento bruto dentro do estabelecimento. Calculado com base na produção da safra agrícola e da pecuária e nos preços recebidos pelos produtores nas principais praças do país, dos 26 maiores produtos agropecuários do Brasil.

O valor real da produção, descontada a inflação, é obtido pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) da Fundação Getúlio Vargas. A periodicidade é mensal com atualização e divulgação até o dia 15 de cada mês.

Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Cultivo de mirtilo atrai empreendedores rurais em Goiás

Frutinha de cor azulada e nativa de regiões frias, o mirtilo está sendo cultivado com sucesso no Cerrado, bioma caracterizado pelo clima predominantemente tropical sazonal. Em Goiás, já tem quem investiu na fruta e quem tem interesse em produzi-la, o que sinaliza a abertura de novos mercados para o setor agropecuário, inclusive para a agricultura familiar. Para quem deseja inovar e introduzir a cultura na propriedade, buscar a orientação da Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater) é o primeiro passo.

“A Emater pode auxiliar o produtor na parte técnica, implantando e acompanhando a produção, em questões como irrigação, espaçamento, escolha de melhores mudas, possíveis pragas”, pontua o engenheiro agrônomo da instituição, Magno Victor Cardoso. Segundo ele, a etapa de comercialização também é um momento crucial, no qual a Emater oferece assessoria especializada, já que geralmente é um estágio em que o pequeno produtor enfrenta maiores dificuldades. 

Oportunidade


Atenta aos serviços de apoio disponíveis aos empreendedores rurais do Estado, a empresária goiana Lilian Alves Gomes, que pretende arrendar uma área em Pirenópolis ou Bela Vista de Goiás, procurou um escritório local da Emater para entender as possibilidades produtivas e adequadas para seu projeto. O interesse em cultivar mirtilo surgiu por conta de seu fascínio pela fruta, que tem conquistado consumidores em todo o mundo em decorrência do sabor agridoce e dos ricos benefícios à saúde.

Profissionais da Emater, Magno e o também engenheiro agrônomo Álvaro Gonçalo, colocaram Lilian em contato com um produtor de Anápolis, Masayuki Honjo, que está se tornando referência em cultivo de mirtilo em Goiás. A cultura foi implantada na pequena propriedade depois de o agricultor ser influenciado pelo amigo e pesquisador da Universidade de Brasília (UnB), Osvaldo Kyioshi Yamanishi, responsável pelo desenvolvimento de uma técnica de produção em sacos plásticos ao invés do contato direto com o solo. 

Durante a visita, Masayuki Honjo explicou aos especialistas da Emater e à produtora interessada que a variedade utilizada é primordial para o sucesso do plantio. A fazenda conta com mais de dois mil pés de mirtilo biloxi, qualidade desenvolvida pela Empresa de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) bem adaptada para climas quentes, autofértil, forte e resistente a pragas.

“A Emater foi importante nesse encontro porque levantou questões técnicas que a gente não pensaria em perguntar”, relata Lilian. Para ela, os esclarecimentos foram necessários para evitar que possíveis erros futuros sejam cometidos. A empresária revela que o próximo passo é calcular os custos para avaliar a viabilidade de seu projeto, visto que o mirtilo é uma cultura que demanda valores relativamente altos de investimento.

Cultura em expansão

Embora não haja dados oficiais no Brasil, estima-se que a produção de mirtilo no País compreenda uma área plantada de 250 hectares, com plantações pequenas, menores que dois hectares. O fruto é cultivado no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais e mais recentemente em Goiás. 

Mundialmente, a produção tem crescido a cada ano e alcançou em 2019 a marca de 823.328 toneladas, conforme levantamento da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO/ONU). Cerca de uma década antes, em 2008, o valor era de 331.347 toneladas.

De acordo com o engenheiro agrônomo da Emater, Álvaro Gonçalo, o mirtilo ainda é pouco difundido entre agricultores brasileiros, já que está concentrado em áreas de clima frio e seu cultivo exige capital tecnológico. Apesar disso, é uma fruta nobre com alto valor agregado, podendo chegar a custar R$ 100 o quilo. “Mesmo com público restrito, o número de consumidores vem crescendo, é um mercado interessante para ser desbravado pela agricultura familiar”, aponta. 

Fonte: Emater/ GO

Fórmula inovadora de ração tem ação terapêutica no combate a bactérias e potencial para melhorar desempenho de tilápias

Pesquisadores da Embrapa Meio Ambiente, em parceria com a Universidade Federal de São Carlos (UFScar) e Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), formularam uma ração para peixes que inclui extratos naturais em sua composição, tecnologia patenteada recentemente.  

O principal efeito do extrato é ser agente alternativo promissor para melhorar a produção e o controle de doenças parasitárias no cultivo de peixes, evitando o uso de antibióticos sintéticos, que podem acarretar possíveis reflexos na resistência imunológica e imunossupressão.

Benefícios

Entre os benefícios, proporciona maior desempenho produtivo e estimula o sistema imune, evitando assim os efeitos negativos do estresse, melhorando a resistência a patógenos.

 “Testamos o produto com peixes, que passaram por um desafio bacteriano. Inoculamos bactérias após a suplementação com a ração contendo o extrato e os peixes apresentaram maior sobrevivência e melhoria do sistema imune. Quer dizer, estavam melhor preparados para enfrentar esse desafio bacteriano” explica  Michelly Soares, pesquisadora colaboradora na pesquisa. 

Além de proporcionar um aumento na eficiência produtiva, melhoria na conversão alimentar, maior crescimento e melhora do sistema imunológico, também minimiza estresse inerente ao cultivo e que tornam os peixes mais suscetíveis a novas doenças. Esses efeitos benéficos foram possíveis com a inclusão desse extrato na formulação da ração.

Psicultura


Além disso, por ter ação antibacteriana, pode ser usado para combater bactérias que mais acometem os peixes de piscicultura, pois apresentou potencial eficácia para inibir o crescimento e eliminar as bactérias Streptococcus agalactiae, a Aeromonas hydrophila e a Flavobacterium columnare, sendo uma bioalternativa para reduzir o uso de antibióticos sintéticos na piscicultura.  

“Os resultados da pesquisa mostraram ser muito promissores e, por ser baseado em um produto natural, contribui para a sustentabilidade da aquicultura, acredita Michelly. Uma vez adotado pelos produtores, haverá uma oferta de alimentos mais saudáveis e seguros para os consumidores, já que irá reduzir a necessidade de uso de antibióticos na produção de peixes, evitando a presença de resíduos. Com isso, esse novo produto inovador possui potencial para impactar positivamente a cadeia produtiva da aquicultura, em especial as fábricas produtoras de ração para peixes”, diz Sonia Queiroz, pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente.   

“Os resultados deste estudo demonstram claramente que a utilização da formulação de ração contendo suplementação com o extrato pode beneficiar a aquicultura pelo potencial em aumentar a eficiência produtiva do setor de piscicultura, pois proporciona melhoria na conversão alimentar, maior crescimento, melhora do sistema imune e minimiza a resposta ao estresse dos peixes de cultivo e atende uma das maiores demandas do setor produtivo de tilápias, o peixe mais produzido no Brasil e no mundo, que tem sofrido perdas produtivas em decorrência do aumento da ocorrência de bactérias”, diz  Fernanda Sampaio, pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente e uma das coordenadoras da pesquisa. 

Projeto


Após a obtenção da patente a pesquisa será ampliada com testes a campo para certificação das respostas obtidas em laboratório. Para isso foi feito projeto em parceria com a Terpenia Bioinsumos e em conjunto com a Embrapa estão dando continuidade a pesquisa. 

“Nós da Terpenia Bioinsumos estamos muito motivados e otimistas com a parceria com a Embrapa Meio Ambiente, por meio de um contrato de inovação aberta, cujo objeto, escopo e metodologia se enquadram perfeitamente na nossa estratégia e propósito empresarial” diz Miguel Bassi Peres, Diretor Comercial da Terpenia. 

“Além disso, continua Peres,  nossa empresa foi criada para o desenvolvimento de bioativos a partir de extratos vegetais, com base no conhecimento existente na academia e nos institutos de pesquisa no Brasil, que associado à nossa experiência empresarial visa a viabilização de produtos inovadores que possam chegar ao mercado de forma competitiva”.  

A equipe de execução do projeto é composta por Claudio Jonsson, Sonia Queiroz, Fernanda Sampaio, Marcos Losekann e Marcia Assalim, da Embrapa Meio Ambiente,  Michelly Soares e Francisco Rantin, da UFScar, além dos colaboradores da Terpenia.

Fonte: Embrapa

Boa oferta influencia queda de preços das principais hortaliças nos mercados atacadistas

s preços de comercialização das hortaliças registraram queda no último mês na maioria das Centrais de Abastecimento (Ceasas). Batata e cebola apresentaram as maiores reduções. Em algumas das Ceasas analisadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a diminuição para esses produtos ultrapassou a casa de 30%.

Já a cenoura chegou a ficar 15,32% mais barata no atacado em Minas Gerais. Para o tomate, o movimento de preços não foi uniforme nas Ceasas, indo de uma contração de 25,12% em Belo Horizonte até uma elevação de 21,34%, registrada em Rio Branco. Os dados estão no 7º Boletim Prohort, divulgado nesta quinta-feira (15).

No caso da cenoura e da batata, o declínio das cotações é um movimento verificado desde o início deste ano, mesmo que algumas altas pontuais tenham sido registradas. Para o tubérculo, o aumento de oferta do produto, devido à intensificação da safra das secas e início da entrada da safra de inverno, influenciou a queda de preços verificada.

Para julho, a tendência é que esta redução continue, mas a intensidade dependerá da ocorrência de alguma chuva nas áreas produtoras, o que pode dificultar a colheita, sobretudo nas regiões Sudeste e Sul do país.

Já para a raiz, a queda nos preços se justifica pela boa performance da produção na Bahia, Goiás, Minas Gerais, Paraná e São Paulo, em função das condições climáticas favoráveis. É preciso ressaltar que o cenário não está sendo favorável ao produtor neste ano, o que pode influenciar na área plantada para a próxima safra.

Frutas 

Dentre as frutas analisadas pela Conab, destaca-se a redução de preços para a laranja, explicada pela baixa demanda, aliada à menor qualidade das frutas e o tempo frio em diversas regiões do país. 

No movimento contrário, a maçã teve alta nas suas cotações. A elevação é influenciada pelo maior controle de oferta da fruta pelos classificadores em meio ao fim da colheita da variedade fuji. Nos próximos meses, os preços podem ser mantidos e terem pequenos aumentos de acordo com a capacidade dos classificadores em controlar a oferta via utilização das câmaras frias. Já as exportações dessa fruta nos seis primeiros meses deste ano subiram 79,72% em relação ao primeiro semestre de 2020, chegando a um volume comercializado de 92,90 mil toneladas.

Nova Ceasa 

Neste mês, a Conab inclui no Boletim as informações de comercialização da Central de Abastecimento do Acre. Com isso, o Boletim Prohort passa a contar com, pelo menos, um mercado atacadista de cada região do país.

Os dados disponibilizados pela Ceasa de Rio Branco podem ser acessados na página da internet da Conab, onde é possível consultar informações sobre a origem do produto, preços e volume físico e financeiro de comercialização, com possibilidade de confecção de gráficos, mapas e análises mais detalhadas. O sistema contempla 93 frutas, 103 hortaliças, somando mais de 500 hortifrutis, quando se consideram as variedades.

Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Scheffer e Embrapa firmam parceria para desenvolvimento de novos produtos biológicos

A Scheffer, primeira empresa brasileira do agronegócio a obter o selo “regenagri” de Agricultura Regenerativa, acaba de firmar uma parceria técnico-científica com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa para o desenvolvimento de novos produtos biológicos. A companhia, que já investe no uso de bioinsumos, busca agora com a parceria ampliar ainda mais a utilização de bioprodutos em suas lavouras. A Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia passa a ser a licenciadora dos produtos biológicos da Scheffer.

A meta é dobrar a área de agricultura regenerativa, método sustentável que propõe cultivar o solo com redução do uso de químicos, de 4.000 para 8.000 hectares até o final de 2023.

A Parceria

De acordo com Candido Barreto de Novais, doutor em saúde do solo e coordenador de Laboratório e Pesquisa da Scheffer, a parceria firmada com a Embrapa vai permitir que a empresa teste em campo os resultados obtidos em anos de estudos pela equipe da pesquisadora Rose Monnerat, da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia. “Será um grande avanço, pois nós poderemos observar diretamente nas lavouras, em larga escala, como estes novos ativos biológicos irão se comportar tanto no controle de pragas, quanto no desenvolvimento de plantas”, afirmou Candido.

Dyogo Machado, diretor de Novos Negócios da Scheffer, ressalta a importância da parceria com a Embrapa. “O sucesso do controle biológico se dá por conta dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento de produtos cada vez mais modernos e tecnológicos. Os institutos de pesquisa e a conexão deles com grandes empresas proporcionam a transferência de conhecimento necessária para introduzir inovação nas formulações biológicas. E contar com o apoio desta equipe altamente especializada vai permitir que possamos avançar ainda mais em relação à pesquisa e na substituição dos atuais produtos químicos pelos biológicos. Os novos produtos vão colaborar com o manejo em campo, entregando alimentos e fibras mais sustentáveis para a sociedade”, destacou Dyogo.

Capacitação

A equipe da Scheffer passou 15 dias com a equipe de Controle Biológico da Unidade da Embrapa, em Brasília, em treinamento. E ocorrerão outros ciclos de capacitação e troca de conhecimento entre ambas. A Scheffer dispõe de uma equipe especializada que atua exclusivamente com a agricultura regenerativa e no desenvolvimento de produtos biológicos.

A pesquisadora Rose Monnerat, da Embrapa, ressalta ainda que a parceria entre as duas empresas possibilita, além da troca de experiências, o desenvolvimento de tecnologias em prol do agronegócio e da produção racional de produtos agrícolas. “A Scheffer está na vanguarda das empresas do agronegócio preocupadas com a produtividade e com o controle de pragas e doenças de forma integrada, racional e sustentável. Esse tipo de iniciativa deverá ser um exemplo de como as empresas podem trabalhar a cooperação e o co-desenvolvimento unindo excelência técnica e infraestrutura avançada, atuando dentro do conceito de manejo integrado de pragas e doenças. Desta forma, além de gerar soluções agrícolas de qualidade, estamos contribuindo para a preservação do ambiente e protegendo os seres vivos”, frisou Monnerat.

Produtos biológicos são produtos compostos de microrganismos, como fungos e bactérias, que controlam doenças e pragas, ajudando a produzir alimentos com a redução do uso de produtos químicos. Além de promover a sanidade das plantas, os bioprodutos não são tóxicos aos seres humanos ou animais, não poluem o ambiente e ajudam a manter o equilíbrio ecológico da natureza.

Foco na sustentabilidade

Segundo Guilherme Scheffer, diretor financeiro da empresa, no último ano, a companhia aumentou os investimentos na área de pesquisa científica. “Nosso propósito é ser cada vez mais sustentável. E esta parceria com a Embrapa vai garantir ainda mais eficiência. Percebemos que a agricultura convencional está menos rentável e sustentável. A cada ciclo, é preciso aumentar o uso de químicos no controle sanitário, o que, ao mesmo tempo, aumenta a capacidade de resistência de pragas e doenças. A única solução é preservar, nutrir e usar a biodiversidade a nosso favor. Estamos visivelmente investindo cada vez mais em práticas regenerativas, que garantam produtividade sem perder a saúde do solo e entregando mais vida na terra”, argumenta Scheffer.

Para Rafael Vivian, chefe de Inovação e Negócios da Unidade, a parceria com a Scheffer promove a integração de competências e possibilitará a inserção de novas soluções para manejo biológico de pragas. “O nosso objetivo é fortalecer a relação da pesquisa com o campo e proporcionar um ambiente de inovação constante, atendendo aos interesses da cadeia produtiva. Contribuímos para a produção agrícola de maior qualidade e permanecemos atentos aos desafios e tendências de futuro para o agronegócio”, finaliza Rafael.

Scheffer

Com mais de 30 anos de atividades, a Scheffer tem sede em Cuiabá (MT) e nove unidades produtivas distribuídas entre Mato Grosso, Maranhão e Pará, com presença também na Colômbia, com mais de 200 mil hectares de área cultivada para a produção de soja, algodão, milho, pecuária, além de atuar na mineração.

A produção de algodão é a principal atividade. A empresa é uma das cinco maiores produtoras de algodão do País. O volume produzido é 100% certificado pelo Better Cotton Iniciative (BCI) e pelo Algodão Brasileiro Responsável (ABR). Além do cultivo, a Scheffer beneficia a pluma em cinco algodoeiras próprias.

 A Scheffer investiu o conhecimento de décadas com novas técnicas para praticar agricultura regenerativa, que compreende num conjunto de ações que recuperam a biodiversidade, criando plantas mais saudáveis, resilientes e com um impacto melhor para todos: da vida no solo, às pessoas, o negócio e o planeta como um todo. E por isso, foi a primeira empresa no Brasil a obter a certificação em agricultura regenerativa regenagri.

Fonte: Assessoria de Imprensa Scheffer/ Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia.

Mercado de orgânicos cresce quase 10%, impulsionado pelo aumento do consumo de alimentos em casa

Na feirinha do bairro, nas gôndolas dos supermercados ou até mesmo nos aplicativos de delivery, o consumo de alimentos orgânicos é um comportamento que veio para ficar. Com mais tempo em casa, as pessoas acabam cozinhando mais e cuidando melhor da alimentação. O resultado é que, de acordo com dados do Ministério da Agricultura, o Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos cresceu quase 10%, de 2020 para cá. O Brasil possui mais de 25,4 mil produtores de alimentos sem aditivos químicos registrados, somente até maio de 2021. Esse crescimento vem estimulando os micro e pequenos negócios do setor.

Perfil dos produtores

Os produtores são pessoas físicas e jurídicas que desenvolvem uma gama de atividades e produzem diversas mercadorias, in natura ou processadas, como alimentos, cosméticos, roupas e outros grupos. Estima-se que o crescimento médio do mercado, em 2021, dever ficar entre 20% e 30%. A pandemia impactou positivamente estes números, com o aumento da alimentação em casa e a busca por produtos mais frescos e orgânicos, com objetivo de melhorar a saúde e aumentar a imunidade.

O analista de competitividade do Sebrae, Luiz Rebelatto, explica que o mercado de produtos orgânicos já vinha crescendo, antes da pandemia, e acabou sendo impulsionado pelas mudanças provocadas com as medidas de restrição de circulação. “A Covid-19 fez com que as pessoas valorizassem mais o consumo e produção de alimentos caseiros, orgânicos, produzidos por pequenos negócios. Nós do Sebrae, já fizemos campanhas nesse sentido, antes mesmo da crise sanitária. Agora as pessoas buscam praticidade e segurança, por isso, o consumidor está comprando mais pelo e-commerce, entregas em domicílio e pegue-e-leve. Dados mostram que o mercado digital cresceu 40% nos primeiros 12 meses de pandemia, sendo que o setor de comidas e bebidas chegou a 57%”, acrescenta Rebelatto.

Ecommerce

De acordo com o analista, os produtores de orgânicos estão atentos às mudanças e se estão se movimentando mais no universo online. “É importante vender na feira, da mesma forma que é essencial possuir a presença digital. As vendas podem ser feitas pelas redes sociais, por plataformas de delivery, por sites próprios, marketplaces e até por serviços de assinatura (quando o consumidor contrata um pacote semanal de frutas e verduras selecionadas e as recebe em casa). São muitas opções, o importante nesse momento é ter essa visão híbrida da forma de vender”, indica.

Capacitações
O Sebrae desenvolve uma série de iniciativas para auxiliar os micro e pequenos negócios do segmento de produtos de orgânicos a impulsionarem seus resultados. Nas unidades estaduais e regionais, a instituição oferece projetos e atividades de atendimento que auxiliam os produtores disponibilizando consultorias técnicas para adequação às normas e a certificação. Além disso, o Sebrae ainda disponibiliza soluções que ajudam a agregar valor, como desenvolvimento de marca, embalagens, transformação da produção e acesso a mercados por meio de rodadas de negócios, feiras e eventos comerciais.

Cursos online

Os cursos de capacitação online também são um destaque para a atuação dos produtores. Todo o processo de digitalização do negócio pode ser feito pelo próprio empreendedor, através dos cursos ofertados gratuitamente. No momento, são mais de 140 opções, entre elas “Marketing Digital” em vários módulos, “Logística para comércio eletrônico”, “Como vender pela internet na crise do coronavírus”, “Como criar um site para sua empresa”, entre outras. O catálogo completo de cursos pode ser acessado aqui.

Fonte: Agência Sebrae de Notícias

Parque Tecnológico de Uberaba se integra aos polos participantes do Sistema InovaLácteos

A prefeitura de Uberaba realizou nesta semana o evento de abertura do Sistema InovaLácteos, apoiado pelo Governo de Minas, por meio das Secretarias de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), e Desenvolvimento Econômico (Sede), o qual receberá recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig).

O Município, por meio do Parque Tecnológico de Uberaba, ligado à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Inovação, integra um dos polos participantes no Sistema InovaLácteos.

Ao todo, serão três anos de duração, com a capacitação de empreendedores e empresas de base tecnológica em estágio inicial, com previsão de aceleração de até 120 startups neste período, em busca de soluções para os diversos setores da cadeia do leite.

O projeto terá quatro Núcleos de Aceleração espalhados por Minas Gerais, nas cidades de Uberaba, no Triângulo Mineiro; Lavras, no Sul de Minas; Viçosa e Juiz de Fora, ambas na Zona da Mata.

O evento, transmitido ao vivo pelo YouTube, teve como ênfase as propostas do Sistema InovaLácteos e apresentou os quatro polos que integram o projeto.

Eduardo Ferreira, assessor de Assuntos Estratégicos da Seapa-MG, conduziu as apresentações que contou com as participações do governador do Estado de Minas Gerais, Romeu Zema, da secretária de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ana Maria Valentini, do presidente da Fapemig, Paulo Sérgio Lacerda Beirão, do superintendente de Inovação Tecnológica da Sede, Pedro Emboava Vaz, do presidente da Agência de Inovação – Polo do Leite, José Luiz Belline, bem como importantes nomes representantes do setor.

Fonte: Prefeitura de Uberaba/MG.

Rentabilidade no confinamento ainda pode ser positiva, aponta Cepea

Uma pesquisa realizada pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) demonstra que as atenções de agentes do setor pecuário nacional, no ínicio do segundo semestre de 2021, estão se voltando para a produção de boi gordo em confinamento.

Segundo pesquisadores do Centro, entre as principais preocupações dos agropecuaristas estão os elevados custos de manutenção, criação e alimentação do boi magro.

Cálculos realizados pelo Cepea mostram que, de fato, as margens de produtores em 2021 estão mais apertadas em relação às do ano passado, mas ainda podem ser positivas – para calcular a margem deste ano, pesquisadores consideraram os atuais preços do boi magro e do milho no estado de São Paulo e a venda do boi gordo em outubro (valores futuros da B3).

Fontes: O presente rural e Cepea.

Exportações do agronegócio têm novo recorde em junho, passando de US$ 12 bilhões

As exportações do agronegócio em junho deste ano atingiram a cifra recorde para o mês, de US$ 12,11 bilhões, o que representa uma alta de 25% comparado aos US$ 9,69 bilhões embarcados em junho de 2020. O aumento dos preços internacionais dos produtos agropecuários exportados pelo Brasil (30,4%0 foi a principal variável responsável por este valor recorde.

De acordo com a Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, esse incremento nos preços, em virtude da recuperação econômica global, foi decisivo para o recorde do mês, já que houve queda de 4,1% no índice de quantum das exportações brasileiras.

As importações do agronegócio tiveram aumento de 54,2%, chegando a US$ 1,28 bilhão. Desta forma, o saldo da balança comercial do agronegócio atingiu US$ 10,8 bilhões.

Em virtude da elevação das exportações de produtos não-agrícolas em 105,3%, influenciados por exportações de minério de ferro e petróleo, a participação dos produtos do agronegócio nas exportações totais brasileiras alcançou 43,1%, mesmo com o recorde observado para os meses de junho. Em junho de 2020, a participação foi de 55,5%.

Soja e carne

O principal setor exportador do agronegócio brasileiro foi o complexo soja. Um pouco mais da metade do valor exportado pelo Brasil em produtos do agronegócio se deveu as vendas externas desse setor, que teve a soja em grão como principal produto exportado. As vendas externas de soja em grão alcançaram valor recorde de US$ 5,30 bilhões, mesmo com redução de 12,9% do volume exportado, 11,1 milhões de toneladas.

As exportações de carnes foram de US$ 1,78 bilhões (+26,6%) em junho. O incremento do valor ocorreu em função da elevação da quantidade exportada (+9,4%) como ao aumento médio do preço de exportação (+15,7%).

A principal carne exportada foi a carne bovina, com registros de US$ 834,24 milhões (+12,7%). Em relação à carne de frango, as exportações subiram 45,8% para atingirem US$ 636,26 milhões em junho de 2021. Já na carne suína houve registro recorde de exportações, com vendas externas de US$ 268,31 milhões (+36,4%). A quantidade exportada também foi recorde, com 107,2 mil toneladas (+12,9%).

Fonte: Ministério da Agricultura do Brasil