Com R$ 27 bilhões, crédito rural atinge recorde no primeiro mês da safra 2021/2022

No desempenho do primeiro mês da safra 2021/22, as contratações do crédito rural atingiram R$ 27 bilhões, aumento de 16% em relação à safra passada. Com o volume contratado, em julho, os investimentos somaram de R$ 6,8 bilhões, apresentando o maior crescimento (+38%). As operações de custeio totalizaram R$ 16,5 bilhões, correspondendo a alta de 12% em relação a igual período do ano passado.

Desempenho

De acordo com o Balanço de Financiamento Agropecuário da Safra 2021/2022, os produtores enquadrados no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) apresentaram o melhor desempenho relativo, com 56% de aumento e R$ 6,6 bilhões contratados, dos quais R$ 4,2 bilhões em custeio e R$ 1,8 bilhão em investimento, esse último com crescimento de 61%. Do montante de recursos autorizados para o Pronaf, ainda restam a ser contratados 87% dos investimentos e 78% das demais finalidades.

Pronamp

O Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor (Pronamp) apresentou uma elevação de 5% no volume de recursos contratados e atingiu R$ 3,8 bilhões. Desse montante, R$ 3,5 bilhões referem-se às contratações de custeio e, R$ 306 milhões, aos investimentos. Nesse sentido, o saldo remanescente para atendimento a futuras demandas dos médios produtores amparados pelo programa, situa-se em 93% para investimentos e 88% para custeio, comercialização e/ou industrialização.

Os programas de investimentos, com exceção do Moderfrota (Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras) e do Inovagro (Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica na Produção Agropecuária (Inovagro), requerem um período maior para análise. O volume contratado no primeiro mês, no conjunto dos programas, ainda é relativamente pequeno, abaixo de 5%.

No entanto, segundo a análise da Secretaria de Política Agrícola do Mapa, cabe destacar que, no caso do BNDES, em alguns programas, o valor correspondente às propostas já protocoladas está próximo do limite de recursos alocados, a exemplo do Prodecoop (Programa de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor à Produção Agropecuária) e do PCA (Programa de Construção e Ampliação de Armazéns), o que ensejou a suspensão temporária do acolhimento de novas propostas de financiamento pelo banco para esses programas.

Entretanto, a disponibilidade total de recursos para esses programas, no final de julho último era, respectivamente, de 100% e de 97% do valor de suas programações, pois na atual safra foi ampliado o número de agentes financeiros que operam os programas de investimento agropecuário. As contratações do PCA tiveram redução de 8%.

Recursos

As fontes de recursos mais utilizadas pelas instituições financeiras na liberação do crédito aos produtores foram Recursos Obrigatórios (R$ 8,8 bilhões), Poupança Rural Controlada (R$ 6,0 bilhões) e Poupança Rural Livre (R$ 5,1 bilhões), cujo aumento foi de 106% em comparação a julho de 2020.

A poupança livre respondeu por 19% do valor total das contratações no primeiro mês da atual safra, sendo que a participação do total de recursos não controlados foi de 29%.

Crédito

O valor das operações de crédito realizadas com recursos das demais fontes de recursos não controlados e respectivas variações foram: LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio) R$ 1,07 bilhão (-35%), recursos livres R$ 1,3 bilhão (+34%) e outras fontes R$ 344 milhões (+288%).

As fontes controladas tiveram uma redução na participação das contratações de 79% para 71% nesta safra, comparativamente ao mesmo período da safra passada.

Fonte: Ascom/ Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

FCO Rural tem 138 cartas-consultas aprovadas; sudoeste goiano se destaca

A Câmara Deliberativa do Conselho de Desenvolvimento do Estado deferiu 138 cartas-consultas da modalidade Rural do Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO). Os projetos aprovados totalizam R$ 141.409.441,22 em financiamentos, com previsão de criação de 575 empregos diretos em 71 municípios goianos.

Projetos

Empreendimentos de mini, pequeno e pequeno-médio portes terão direito à maior parte dos recursos (84,9%). Projetos de médio porte ficarão com 15,1% dos recursos. “A grande quantidade de cartas e a diversidade de municípios contemplados mostram que estamos pulverizando os recursos e seguindo a determinação do governador Ronaldo Caiado de priorizar os pequenos produtores”, diz o superintendente de Produção Rural Sustentável da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Donalvam Maia.

Atividades

As atividades contempladas nesta rodada foram soja/milho (71,4%), bovinocultura de corte (21%), avicultura (4,3%), cana-de-açúcar (1,8%), suinocultura (1,1%) e bovinocultura de leite (0,4%).

Na lista de itens financiados se destacaram máquinas e implementos (66,83%), matrizes (14,24%), correção de solo (4,35%), fotovoltaicos (3,81%), benfeitorias (2,76%), irrigação (2,54%), pastagens (2,38%), armazenamento (1,06%), cana-de-açúcar (1,06%), avicultura (0,92%) e reprodutores (0,04%).

Saiba mais

Dez cidades onde estão empreendimentos contemplados com mais recursos do FCO na 363ª Reunião da Câmara Deliberativa do CDE/FCO

1º Rio Verde
2º Jataí
3º Mineiros
4º Piracanjuba
5º Palmeiras de Goiás
6º Caldas Novas
7º Edéia
8º São Miguel do Araguaia
9º Ipameri
10º Portelândia

Fonte: Comunicação Setorial da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) – Governo de Goiás.

Mercado de forrageiras movimenta mais de R$ 1,4 bilhão ao ano

O Brasil é conhecido como grande produtor e exportador de vários produtos, como carne, soja, milho, frango, etc. Em 2020, o país consolidou-se como o maior exportador de carne bovina, com 2,2 milhões de toneladas, ocupando 14,4% do mercado internacional e o primeiro lugar da lista.

Sementes forrageiras

O que poucas pessoas sabem é que o Brasil é líder mundial em produção, consumo e exportação de sementes forrageiras. Esse mercado movimenta mais de R$ 1,4 bilhão ao ano. As forrageiras também contribuem para a manutenção do país na posição de grande produtor e exportador de carne bovina.

Para apresentar conhecimentos consolidados sobre esse importante segmento, a Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos- SP) organizou a publicação Monitoramento tecnológico de cultivares de forrageiras. O trabalho traz informações tecnológicas sobre as cultivares e o mercado de sementes. O levantamento foi feito com base em dados sobre o mercado legal de sementes e mudas de forrageiras.

Publicação

De acordo com um dos autores, o médico veterinário Hélio Omote, o mercado de sementes cresce a cada ano. “Os produtores estão mais exigentes e buscam sementes de melhor qualidade, como já ocorre com outras culturas, como a soja, por exemplo”, conta Omote. Segundo o Censo Agropecuário Brasileiro (IBGE, 2018), a área total de pastagens, tanto naturais quanto plantadas, é de 158,6 milhões de hectares. Setenta por cento são pastagens plantadas.

Liderança da Embrapa

A Embrapa é líder mundial na geração de cultivares de forrageiras tropicais. Os capins Brachiaria brizantha cv. Marandu e Panicum maximum cv. Mombaça, desenvolvidos pela Embrapa, corresponderam a cerca de 70% da produção de sementes, considerando as cinco principais forrageiras tropicais cultivadas no país na safra 2018/2019.

Fonte: Ascom/ Embrapa

Plano integrado traz ações para vigilância de doenças em suínos

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) divulgou, nesta sexta-feira (30), o Plano Integrado de Vigilância de Doenças dos Suínos que visa fortalecer a capacidade de detecção precoce de casos de Peste Suína Clássica (PSC), Peste Suína Africana (PSA) e a Síndrome Reprodutiva e Respiratória dos Suínos (PRRS), bem como demonstrar a ausência das doenças em suínos domésticos.

Plano

O plano revisa a Norma Interna 05/2009 e a Norma Interna 03/2014, publicadas pelo Departamento de Saúde Animal da Secretaria de Defesa Agropecuária do Mapa, para a vigilância de PSC, ampliando o escopo de doenças-alvo para a PSA e a PRRS e redefinindo os componentes do sistema como vigilância sorológica baseada em risco, inspeções em estabelecimentos de criação, investigação dos casos suspeitos, inspeção em abatedouros e vigilância sorológica em suínos asselvajados.

Suinocultura

Atualmente, o Brasil é o quarto maior produtor mundial de carne suína, com um rebanho de mais de 40 milhões de animais. Cerca de 80% dessa produção abastecem o mercado nacional.

“A suinocultura brasileira possui condição sanitária bastante favorável por ser considerada livre de doenças economicamente muito importantes que ocorrem em várias partes do mundo”, destaca o chefe da Divisão de Sanidade dos Suídeos, Guilherme Takeda. A manutenção desta condição sanitária no Brasil garante menores custos de produção e vantagem competitiva no acesso a mercados internacionais.

Esforço integrado

O Plano Integrado de Vigilância de Doenças de Suínos foi desenvolvido pelo Departamento de Saúde Animal, com participação do Serviço Veterinário Oficial dos estados (SFAs e OESAs) e dos setores da iniciativa privada, representando o compromisso em manter e melhorar a vigilância animal implantada no Brasil e proteger a suinocultura nacional. 

“O Plano foi construído a partir de um esforço conjunto e compartilhado entre os vários setores e segmentos que atuam no campo da produção e sanidade dos suínos, e sua implantação e execução exige o reforço desse compromisso. A vigilância envolve ações contínuas e conjuntas de responsabilidade dos setores público e privado”, reforça o diretor do Departamento de Saúde Animal, Geraldo Moraes. 

Peste Suína Clássica

A PSC é uma doença que acomete suínos domésticos e asselvajados. É obrigatória a notificação imediata ao serviço veterinário oficial de qualquer caso suspeito.

O vírus é encontrado nas secreções e excreções do animal infectado e pode ser transmitido pelas vias direta (contato entre animais, aerossóis e suas secreções e excreções, sangue e sêmen) ou indireta (água, alimentos, fômites, trânsito de pessoas, equipamentos, materiais, veículos, vestuários, produtos, alimentos de origem animal), entrando no organismo por via oral e oro-nasal.

Atualmente, cerca de 83% do rebanho suíno brasileiro encontram-se em zona livre (ZL) de PSC.

A condição zoossanitária da doença no Brasil, reconhecida pela Organização Mundial da Saúde Animal (OIE), é constituída por três Zonas Livres: uma constituída pelos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina; outra pelos seguintes estados: Acre, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rondônia, São Paulo, Sergipe, Tocantins e os municípios de Guajará, Boca do Acre, sul do município de Canutama e sudoeste do município de Lábrea, pertencentes ao estado do Amazonas; e a terceira formada pelo estado do Paraná.

A zona não Livre (ZnL) é formada por Alagoas, Amapá, Amazonas (exceto região pertencente à ZL), Ceará, Maranhão, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Roraima.

Peste Suína Africana

A PSA também é uma doença de notificação imediata ao serviço veterinário oficial de qualquer caso suspeito. A doença foi introduzida no Brasil em 1978 no estado do Rio de Janeiro. As investigações realizadas à época revelaram que os suínos do estabelecimento caracterizado como foco índice se infectaram pela ingestão de sobras de comida servida a bordo de aviões procedentes de Portugal e da Espanha, países onde se propagava a doença.

A última ocorrência de PSA no Brasil foi registrada no estado de Pernambuco, em novembro de 1981, e as medidas aplicadas pelo SVO brasileiro permitiram a erradicação da doença em todo o território e a declaração do Brasil como país livre de PSA em 1984.

Desde 2018, a PSA ingressou e se dispersou amplamente nos continentes asiático e europeu. No dia 29 de julho de 2021, foi confirmada a ocorrência da PSA na República Dominicana, ingressando nas Américas. O Mapa, os órgãos estaduais de Sanidade Agropecuária (OESA) e os setores privados da suinocultura têm desenvolvido e reforçado ações que evitem o ingresso da PSA no Brasil e que possam mitigar os impactos econômicos e sociais no caso de introdução da doença.

Síndrome Reprodutiva e Respiratória dos Suínos

A doença nunca  foi registrada no Brasil. Dessa forma, qualquer caso suspeito é de notificação obrigatória e imediata ao serviço veterinário oficial. A PRRS causa alta mortalidade em suínos recém-nascidos e desmamados, baixa taxa de concepção em rebanhos de reprodutores, aumento na taxa de aborto, natimortos e nascimento de leitões fracos, acarretando enormes perdas econômicas aos produtores.

Pela experiência de países com suinocultura altamente especializada nas quais houve entrada da doença, foram notadas características muito preocupantes da PRRS, como alta taxa de difusão, falta de vacinas eficientes e incapacidade de medidas estritas de biosseguridade em evitar a infecção de granjas livres. O vírus da PRRS já foi identificado em importantes países produtores de suínos, sendo endêmico em vários deles.

Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Mapa prepara novo cadastro nacional para registro de agricultores familiares

O Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF) substituirá, de forma gradativa, a Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP), que identifica os agricultores familiares, qualifica as Unidades Familiares de Produção Agrária (UFPA) e suas formas associativas organizadas em pessoas jurídicas, possibilitando o acesso às políticas públicas do governo federal.

Novo Cadastro

O lançamento do novo cadastro e o início da transição estão previstos para dezembro de 2021. Até que se conclua todo o processo, a DAP permanece como o instrumento de identificação dos agricultores familiares e suas organizações para fins de acesso às políticas públicas.

Transição

O período de transição ocorrerá em um prazo de dois anos e será realizado de maneira gradual. Novas inscrições serão emitidas por meio do CAF à medida que as DAPs vigentes perderem a validade, não sendo necessário que o beneficiário se antecipe ao fim da vigência de sua DAP.

O secretário de Agricultura Familiar e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), César Halum, destaca a importância do CAF. “O Cadastro Nacional da Agricultura Familiar é uma das ações mais importantes desta Secretaria. Por meio dele, poderemos propiciar mais transparência e assegurar aos agricultores familiares que as políticas públicas necessárias cheguem, de forma prioritária, aos que mais precisam”.

Sistema eletrônico

O Mapa desenvolveu um novo sistema eletrônico para registro no CAF, com mecanismos capazes de reconhecer adequadamente a categoria de produtores rurais definida pela Lei da Agricultura Familiar e pelo Decreto 9.064/2017. Uma inovação é que a nova plataforma será integrada às bases de dados do governo federal, o que possibilitará a imediata validação das informações declaradas pelo agricultor.

As principais diferenças entre o CAF e a DAP referem-se aos requisitos exigidos para a identificação dos beneficiários, que se baseará somente na Lei 11.326/2006 e no Decreto 9.064/2017, e não mais em critérios estabelecidos pelo Manual de Crédito Rural (MCR), como, por exemplo, a limitação da renda bruta da UFPA.

Além disso, o CAF fará a identificação de todas as pessoas da unidade familiar – superando o limite atual de apenas 2 titulares – e permitirá o ingresso das prefeituras municipais na sua rede emissora, o que ampliará os pontos de atendimento ao público interessado em realizar a inscrição.

Capacitação e qualificação

Nos próximos meses, ocorrerão ações para capacitar e qualificar a rede de emissores da DAP para emitir o registro de inscrição no CAF. Serão capacitados tanto os agentes emissores, para operacionalizar e analisar os registros, como também os servidores das Superintendências Federais de Agricultura (SFAs), para orientar potenciais beneficiários e realizar o acompanhamento e fiscalização das atividades. As capacitações serão anunciadas oportunamente no portal do Mapa.

Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Frutas, castanhas e verduras nativas do Brasil estão em nova lista de espécies da sociobiodiversidade com valor alimentício

Os Ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e do Meio Ambiente (MMA) publicaram, nesta quinta-feira (22), a Portaria Interministerial nº 10, que institui uma nova lista com 94 espécies nativas da sociobiodiversidade de valor alimentício, para fins de comercialização in natura ou de seus derivados, no âmbito das políticas públicas de estímulo à agricultura familiar.

A lista contém frutas, castanhas e verduras nativas do Brasil cuja comercialização é permitida no contexto das operações realizadas pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), pela Política de Garantia de Preços Mínimos para os Produtos da Sociobiodiversidade (PGPMBio), pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) e outras políticas públicas que demandem informações semelhantes.

“A publicação da portaria, com a inclusão de novos produtos da sociobiodiversidade para uso alimentício, possibilita a oferta diversificada de produtos sustentáveis que podem atender os mercados institucionais e privados, gerando renda e assegurando a qualidade de vida dos povos e comunidades tradicionais e agricultores familiares”, destaca o secretário de Agricultura Familiar e Cooperativismo, César Halum.

Babaçu, bacuri, buriti, jambu, macaúba e tucumã, espécies mapeadas pelo  projeto ArticulaFito, uma parceria entre Mapa e Fiocruz, estão na lista, junto a outras plantas citadas nas oficinas de mapeamento realizadas pela iniciativa e cultivadas por agricultores familiares, povos indígenas e comunidades tradicionais, como quilombolas e quebradeiras de coco.

São considerados produtos da sociobiodiversidade os bens e serviços (produtos finais, matérias-primas ou benefícios) gerados a partir de recursos da biodiversidade, voltados à formação de cadeias produtivas de interesse dos povos e comunidades tradicionais e de agricultores familiares. Promovendo a manutenção e valorização de suas práticas e saberes, assegurando direitos, gerando renda e proporcionando a melhoria da qualidade de vida e do ambiente em que vivem.

Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Em live, doutor em zootecnia fala sobre potencial da silagem de capim

A COMIGO realizou na noite do último dia 21, a live “Técnicas de Produção de Silagem de Capim”, com o doutor em zootecnia, Thiago da Silva, direto de Belém, no Pará. O tema foi “Como aproveitar o potencial produtivo de capins tropicais na produção de silagem”, e o palestrante abordou as mais recentes pesquisas e experimentos nessa área.

O doutor explica que as variedades de capins tropicais são capazes de produzir com eficiência, sem a necessidade de implantação de outros tipos de forrageiras. “Existe grande potencial produtivo dos capins tropicais para produção de silagem de baixo custo”, afirmou Thiago, que durante sua live, realçou diversos tipos de capim que podem ser utilizados e  técnicas de manejo indicadas para cada forrageira. 

Falando em manejo, o palestrante ressaltou que fazer as atividades da maneira correta é fundamental para garantir a boa produtividade. “Independente do sistema e da forma que é feita, a gente pode e deve seguir os princípios, colher no momento adequado, monitorar o tamanho da partícula, fazer o processo da melhor forma possível e ir aprimorando”, explicou Thiago. 

Fonte: Ascom/ Comigo.

Mandioca como fonte de renda e utilização de bioinsumos marcam terceiro dia da Semana da Agricultura Familiar

Base alimentar de muitas regiões brasileiras, a mandioca foi o principal tema discutido nesta quarta-feira (21), na Semana da Agricultura Familiar, evento promovido pelo Governo de Goiás, por meio da Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater) e Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa).

Evento

As primeiras palestras do dia dedicaram-se ao debate sobre a cultura da raiz e como as pesquisas desenvolvidas pela Emater podem impactar na produtividade das pequenas propriedades que têm a mandioca como fonte de renda.

O coordenador do Programa de Melhoramento de Mandioca da Agência e pesquisador do convênio Emater-Fapeg [Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás], Ivanildo Ramalho, abriu o ciclo de atividades mostrando os trabalhos executados na Estação Experimental de Porangatu. No local, são avaliadas diversas variedades de mandioca de mesa e de indústria para que possam ser implantadas adequadamente pelos produtores.

Produtividade

De acordo com o profissional, para aumentar a produtividade da mandioca na agricultura familiar é fundamental que os trabalhadores do campo adotem procedimentos antes e depois do plantio. Por isso, a assistência técnica é essencial para levar informações e orientações para as propriedades. Entre os fatores mais importantes estão a escolha da variedade a ser plantada, seleção da área e análise do solo.

Na sequência, a também pesquisadora do convênio Emater-Fapeg, Bruna Valente, apresentou uma palestra sobre como o trabalho científico e o produtor rural estão operando juntos para aumentar a produtividade em propriedades assentadas. Como exemplo, o agricultor familiar Douglas Antônio, do Assentamento Bacuri, em Uirapuru, participou do encontro para relatar as transformações obtidas com a aplicação de novas tecnologias.

Segundo Valente, foram diagnosticados dois problemas principais no assentamento: baixa produtividade e baixa adoção de tecnologias. A Emater atuou levando orientações em todas as etapas do sistema de produção, como seleção de variedades, preparo de solo, espaçamento correto e tratos culturais.

Resultados

Os resultados foram obtidos com êxito. O agricultor Douglas Antônio revelou que com as variedades tradicionais eram produzidos 80 quilos de polvilho para cada tonelada de mandioca. A introdução de materiais de maior padrão genético elevou a produção para 250 quilos a cada tonelada. “Depois da Emater, as portas se abriram, não só do conhecimento mas também das oportunidades”, contou.

Fonte: Ascom/ Emater

Mel de Melato de Bracatinga do Planalto Sul Brasileiro recebe registro de Indicação Geográfica

Você já ouviu falar de mel de melato? Para produzir o mel floral, a abelha carrega o néctar das flores. Mas, no caso, do mel de melato, a matéria-prima utilizada pelas abelhas é um líquido doce (melato), produzido pelo inseto cochonilha, que se associa às árvores de bracatinga – típicas do sul do Brasil – e dela suga a seiva.

Por muito tempo acreditou-se que ao carregar o melato, a abelha iria sujar o mel floral. Mas, pelo contrário, o mel produzido a partir do melato se tornou uma iguaria e passou a ter grande apreço dos consumidores internacionais, principalmente na Alemanha.

É esse produto, o Mel de Melato de Bracatinga que recebeu o registro de Indicação Geográfica, na espécie Denominação de Origem, Planalto Sul Brasileiro. A concessão foi publicada na edição n° 2637 da Revista da Propriedade Industrial

Mel de Melato

De coloração mais escura, maiores teores de açúcares, nitrogênio e minerais, maior pH, o Mel de Melato de Bracatinga do Planalto Sul Brasileiro apresenta mais efeitos benéficos à saúde quando comparado aos méis florais pela presença de compostos bioativos e potencial antioxidante. Apesar da maior concentração de açúcares, o mel do melato apresenta menores quantidades de frutose e glicose e não cristaliza como o mel floral.

Suas características únicas são resultado da presença das enzimas das abelhas produtoras de mel, além das enzimas derivadas das secreções das glândulas salivares e do intestino das cochonilhas.

Ao receber a denominação de origem Planalto Sul Brasileiro, significa que essa região é essencial para designar as características ao produto, no caso o mel de melato. É no Planalto Sul Brasileiro que há predominância arbórea de bracatingas, agrupadas em capões de mato ou em vertentes dos vales de pequenos rios e arroios, na forma de florestas galerias. A cada dois anos, os bracatingais são infestados por cochonilhas, que se fixam no tronco das árvores e se alimentam da seiva elaborada, excretando um líquido adocicado, o melato. 

Produção

A produção do mel de melato da bracatinga no sul do Brasil se dá comumente entre os meses de dezembro a junho, o que corresponde aos períodos de maior escassez de néctar e pólen. Entretanto, geralmente no primeiro semestre dos anos pares se dá o estágio de cisto das cochonilhas, formando longos fios brancos por onde excreta o melato. 

Embora a excreção de melato pelas cochonilhas ocorra nos dois anos do seu ciclo de vida, nos anos ímpares ela ocorre em menor quantidade, permitindo uma menor produção de mel de melato. 

Assim, para promover a produção desse mel, devem-se migrar as colmeias para locais onde há bracatingas nas épocas em que elas estão associadas às cochonilhas, visando a aproveitar todo o potencial apícola. 

A área da denominação de origem do Mel de Melato da Bracatinga do Planalto Sul Brasileiro reúne 134 municípios, sendo 107 do estado de Santa Catarina, 12 do Paraná e 15 do Rio Grande do Sul.  

Reconhecimento

Indicação Geográfica (IG) é um instrumento de reconhecimento da origem geográfica, conferida a produtos ou serviços que são característicos do seu local de origem, que detêm valor intrínseco, identidade própria, o que os distingue dos similares disponíveis no mercado.

O registro de IG é conferido a produtos ou serviços que são característicos do seu local de origem, o que lhes atribui reputação, valor intrínseco e identidade própria, além de os distinguir em relação aos seus similares disponíveis no mercado. São produtos que apresentam uma qualidade única em função de recursos naturais como solo, vegetação, clima e saber fazer (know-how ou savoir-faire).

Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Melhoramento genético é aposta de produtor rural

O nascimento de uma empresa, o lançamento de um projeto, a reinvenção, a decisão de viver um sonho – o empreendedorismo se apresenta de muitas maneiras ao longo da vida. Sua estrada nem sempre é linear ou previsível, e suas nuances vão desde os empreendedores individuais às grandes indústrias, passando pelos serviços do dia a dia e cortando as estradas de chão que ligam nossos produtores rurais: esses caminhos, muitas vezes, se cruzam de forma imperceptível.

História de Sucesso

É nesses cruzamentos aparentemente improváveis que, muitas vezes, nascem as histórias de sucesso. Uma delas é a Eurípedes José Branquinho de Oliveira, 65. Servidor federal e apaixonado pelo campo, apesar de ter sua fazenda há 18 anos, foi só após se aposentar do INMETRO, cinco anos atrás, que começou a se dedicar exclusivamente à produção rural. O fim de um ciclo e o começo de outro.

Em seus quase 42 hectares no município de São Miguel do Passa Quatro, em Goiás, o produtor colabora com a cooperativa Cooperbel de Bela Vista e conta com 30 vacas leiteiras e um touro da raça gir – segundo ele, a paixão do seu neto.

“Meu neto gosta de gir e acabou me fazendo comprar um boi” – ri Eurípedes. “Os bezerros novos que nasceram todos são dessa linha. O pessoal da cooperativa até briga comigo, porque a persistência do gir no leite é menor, mas não tem problema. Vamos começar a fazer essa mudança agora” conta, divertido.

Melhoramento genético

Ele, que hoje produz uma média de 200 litros de leite por dia, viu no melhoramento genético do gado uma oportunidade de aumentar gradativamente sua produção. Após conhecer o Sebraetec Rural através de um colega, buscou na consultoria uma oportunidade de dar seguimento a essa visão de aprimoramento.

“Me interessei pela possibilidade de trabalhar com o melhoramento do gado através do fornecimento de embriões”, conta Eurípedes, que começou há cerca de um ano sua parceria com o Sebrae. “Vi nisso uma oportunidade, e fechei com eles uma parceria para oito embriões. Na primeira leva, de 15 animais, tivemos sucesso com 4; na segunda tentativa, conseguimos os outros”.

Oportunidade


A expectativa é que as primeiras bezerras nasçam ainda esse mês e, as outras, até três meses depois. O objetivo é que, quando chegarem em sua fase adulta, esses animais forneçam quase o dobro do leite que o gado atual produz, devido às características específicas da raça e da seleção genética escolhida pelo produtor em parceria com os consultores. No meio tempo, Eurípedes pretende continuar o melhoramento do gado.

“Eu sou um pequeno produtor e minhas vacas são cruzadas: hoje elas produzem uma média de 14, 15 litros diários”, explica ele que, hoje, conta com 18 animais em lactação. “A expectativa é que essa nova leva me forneça uma média de 40 a 50% a mais do que os animais de hoje. Se tudo der certo, esse ano quero tentar acordar mais umas quatro ou cinco, e aí vamos melhorando aos pouquinhos.”

Fonte: Agência Sebrae Goiás de Notícias