* Por Bruno Souza de Oliveira
O período de pandemia acelerou as transformações tecnológicas e a digitalização das empresas. Com isso, os gestores de pessoas tiveram que lidar com um novo cenário da força de trabalho jamais antes visto.
O trabalho remoto passou a fazer parte do cotidiano de todos, sendo que a grande maioria nunca havia trabalhado dessa forma. Em muitas empresas, observou-se um aumento de casos de colaboradores que apresentaram algum tipo de complicação envolvendo a saúde mental, como burnout, depressão e crises de ansiedade.
Neste contexto, as empresas têm que entender a fundo seus funcionários, além de mensurar o estado emocional dos talentos e oferecer um outro tipo de apoio para antever potenciais crises e diminuir o estresse no ambiente corporativo.
A importância da saúde mental dos funcionários é amplamente reconhecida, mas ainda não é posta em prática. Por décadas, foi comumente considerado que as emoções deveriam ser deixadas de lado no ambiente de trabalho.
Os RHs são cada vez mais responsáveis pela saúde mental e bem-estar emocional dos colaboradores, porém, o estudo demonstrou que embora eles reconheçam o valor de abordar as emoções dos funcionários, apenas 21% das empresas fazem análise das emoções e nenhuma empresa treina seu pessoal em habilidades emocionais.
Esses resultados mostram quanto espaço há para melhorar o bem-estar emocional da força de trabalho. É necessário medir como os funcionários se sentem para permitir que as emoções sejam incorporadas aos processos organizacionais – desde como as pessoas são contratadas e treinadas, até que tipos de trabalhos são solicitados a fazer.
A pandemia acelerou o surgimento de inúmeras novas tecnologias que ajudam o profissional de RH a usar os dados a seu favor. Hoje, por exemplo, é possível acompanhar informações sobre a saúde dos funcionários, que indicam se há um potencial de depressão, absenteísmo, agorafobia, entre outros quadros crônicos que possam estar abalando a saúde mental dos funcionários.
Ter uma gestão que leve em conta a inteligência emocional organizacional pode orientar as empresas a se tornarem mais centradas no ser humano e mais acolhedoras para os funcionários que passaram por pausas nas suas jornadas devido a algum problema de saúde.
Os gestores do futuro precisam abraçar a função de cientistas de dados e guardiões da cultura. Sem dúvida, o futuro da gestão eficiente de pessoas passa pela análise de informações de sua força de trabalho para tornar as relações entre empregador e colaboradores ainda mais humanizadas.
* Bruno Souza de Oliveira, é cofundador e diretor de operações e tecnologia da healthtech Medipreço