Após avaliar lavouras de soja no sudoeste de Goiás, técnicos do Rally da Safra voltam ao estado a partir do dia 27 de fevereiro, terça-feira, para percorrer região leste, passando por cidades como Paraúna, Goiatuba e Cristalina, e verificar as condições das variedades de ciclo médio e tardio. A demora na regularização das chuvas afetou o desempenho das lavouras no estado.
Segundo André Debastiani, coordenador do Rally da Safra, o sudoeste do estado foi impactado pelas altas temperaturas e longo período com chuvas irregulares, levando a um cenário de produtividades de soja abaixo das expectativas dos produtores. Lavouras plantadas final de setembro e início de outubro foram as mais afetadas e apresentam perda de potencial. O replantio alcançou 9% da área de soja.
Já os plantios realizados de meados de outubro em diante foram beneficiados pelo retorno das chuvas em dezembro, o que levou a uma revisão da produtividade média para 59 sacas por hectare (65,5 sacas por hectare na temporada 2022/2356).
Com a colheita em andamento, o Rally percorrerá outras regiões para obter um quadro melhor da situação, considerando as diferenças entre as lavouras e as diferentes épocas de plantio. Os técnicos buscam fazer amostras das lavouras de preferência com 20% a 50% das áreas colhidas.
O Rally da Safra já percorreu quase 30 mil quilômetros em 33 dias de viagem, com 125 municípios visitados, concluindo 60% da etapa soja. Diante dos resultados mostrados pelo campo, houve redução da estimativa de safra em 1,6 milhão de toneladas em relação à projeção divulgada em 18 de janeiro, chegando agora a 152,2 milhões de toneladas (4,7 % abaixo da safra anterior). A produtividade média do Brasil foi revista para 55,5 sacas por hectare.
Tecnologia como aliada no trabalho de campo
Para planejar o Rally da Safra e definir as rotas, são utilizadas imagens de satélite de cada região. No dia a dia, os técnicos fazem o levantamento quantitativo e qualitativo das lavouras escolhidas aleatoriamente. O levantamento qualitativo inclui a análise de pragas, doenças, o uso do plantio direto e outros indicadores que auxiliam a compor a estimativa de safra. Já no quantitativo, são analisados os componentes de rendimento da soja, com a contagem dos números de plantas, de vagens por planta e de grãos por vagem para ter uma visão do comportamento das lavouras em cada região, levando em consideração o ciclo do cultivar, ou seja, as variedades prontas para colheita e outras que ainda precisarão de mais tempo. O peso e a umidade dos grãos também são fundamentais para estimar a produtividade.
A metodologia consolidada em 20 edições do Rally permite voltar a campo anualmente e entender o cenário para fazer a estimativa de safra. A 21ª edição do Rally da Safra tem patrocínio do Santander, OCP Brasil, BASF, Credenz, Soytech, Biotrop, Serasa Experian e JDT Seguros. As áreas visitadas respondem por 97% da área de produção de soja e 72% da área de milho.
Mais de 80 mil quilômetros serão percorridos em 13 estados (MT, RO, GO, MG, MS, PR, SC, SP, RS, MA, PI, TO e BA) para avaliar as condições das áreas de soja durante as fases de desenvolvimento das lavouras e de colheita até 24 de março. Outras seis equipes avaliarão as lavouras de milho segunda safra em maio e junho. Entre os meses de abril e maio, técnicos da Agroconsult e das empresas e marcas patrocinadoras visitarão produtores rurais nas regiões da BR-163, no Mato Grosso, no Sudoeste de Goiás, no Planalto do Rio Grande do Sul e Oeste do Paraná. No mesmo período serão realizados eventos técnicos em Não-Me-Toque (RS), Cascavel (PR), Rio Verde (GO) e Luís Eduardo Magalhães (BA).
Nesta edição o Rally participa dos principais eventos do agronegócio: Show Rural, em Cascavel, ExpoDireto, em Não-Me-Toque (RS); Show Safra, em Lucas do Rio Verde (MT) e Tecnoshow Comigo, em Rio Verde (GO).
O trabalho das equipes e o roteiro completo da expedição poderão ser acompanhados pelo http://bit.ly/RallyRedesSociais