Mesmo com pandemia, 56% das empresas japonesas no país querem expandir seus negócios no Brasil

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No mesmo levantamento feito pela JETRO, 49,5% das companhias têm perspectiva de obter em 2022 resultados melhores do que em 2021. (Reprodução)

A pandemia do coronavírus, que assola o mundo e até em parte paralisou a economia de alguns países desde o princípio de 2020, não será entrave para que as empresas japonesas instaladas no Brasil possam ampliar seus negócios por aqui. Uma pesquisa da JETRO, organização de fomento ao investimento e ao comércio exterior do governo japonês, revela que 55,8% das multinacionais nipônicas presentes em terras brasileiras planejam expandir suas atividades até 2023.

O número obtido pela pesquisa, realizada entre agosto e setembro de 2021 com base em questões de múltiplas respostas, supera em 13,3% os 42,5% que havia sido registrado no levantamento anterior e representa o maior índice entre os países latino-americanos incluídos no estudo. Questionadas sobre a motivação dos planos de expansão e as atividades específicas a serem promovidas, 95,2% das empresas apontaram o aumento das vendas no mercado interno e 88,1% indicaram que pretendem ampliar as atividades comerciais.

O bom indicativo para essa expectativa é que no mesmo levantamento, 49,5% das companhias têm a perspectiva de obter em 2022 resultados melhores do que em 2021. Os japoneses costumam apontar o aumento das vendas no mercado local como fundamental para o sucesso. Melhorias na eficiência comercial e o aumento das vendas via expansão das exportações também são comumente mencionados pelos executivos das companhias.

No Brasil, 35,7% do total de empresas japonesas já redefiniram ou pretendem reformular suas estratégias de vendas. Entre elas, 52,5% declararam que a reformulação se baseará em um “aumento dos preços”. Isso se deve em grande parte à escassez de componentes e matérias-primas decorrente da alta no frete internacional e da falta de contêineres provocadas pela pandemia, além da desvalorização do real e do crescimento da inflação.

Um total de 60% das multinacionais japonesas que pretendem reformular suas estratégias disse que fará uma “revisão dos destinos de venda”, seja porque foram obrigadas a lidar com demandas menores devido ao coronavírus, ou então porque, mesmo com a pandemia, encontraram novas oportunidades para ampliar seus canais de venda. Vale a pena ressaltar ainda que a crise do coronavírus fez com que muitas companhias passassem a adotar ferramentas digitais para promover seus negócios.

Segundo a pesquisa da JETRO, 47,5% das empresas apostam no uso de marketing digital e inteligência artificial nas novas estratégias de vendas. Outras 42,5% desejam fazer novos negócios por meio de exposições e reuniões virtuais e 27,5% pretendem abrir ou expandir seus próprios portais de comércio eletrônico (uma boa parte desses projetos deveria ser efetivado até o final de 2021).

Japão, ainda um grande parceiro – A pesquisa também revelou que 73,2% das empresas japonesas no Brasil consideram o “tamanho do mercado e o potencial de crescimento” uma vantagem do ambiente brasileiro de investimentos. Em 2019, o percentual de empresas com a mesma opinião era de 65,2%. Em 2020, a proporção era de 69%. Isso sugere que a percepção de que o Brasil possui um grande potencial não diminuiu, apesar da crise da pandemia.

Brasil e Japão são grandes parceiros comerciais. No ano de 2021, as exportações brasileiras para o Japão totalizaram US$ 5,5 bilhões, com destaque para as commodities. Os importados japoneses, que consistem sobretudo em bens industrializados, somaram US$ 5,1 bilhões. O Japão está, portanto, entre as dez primeiras posições tanto no ranking de países de origem, como no de destino.

Sobre a JETRO Brasil – A Japan External Trade Organization (JETRO) atua no Brasil há mais de 60 anos no fomento de comércio e investimentos entre empresas dos dois países e na atração de investimentos brasileiros para o Japão, além do aprimoramento do ambiente de negócios. Estabelecida em 1958 em Tóquio, conta com cerca de 50 escritórios domésticos e 76 no exterior, em 55 países. No Brasil, mantém escritório na capital paulista.