Grupo Soares leva boas práticas de gestão para a universidade em Anápolis

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Divulgação

As empresas brasileiras sofreram grandes percalços no ano passado. As dificuldades de sobrevivência e manutenção das atividades resultaram em um alarmante aumento de pedidos de recuperações judiciais. Conforme dados do Indicador de Falência e Recuperação Judicial da Serasa Experian foi registrada alta de 68,7% em 2023 na comparação com 2022. Ao total, foram 1.405 pedidos ao longo do ano. As empresas de pequeno porte lideraram a lista, mas as médias e grandes corporações não ficaram de fora, revelando a necessidade de melhoria na gestão em todos os âmbitos. 

Um dos problemas que tem levado muitas empresas a sofrer essa grave consequência é a falta de profissionalização da gestão empresarial. A avaliação é do especialista em governança corporativa e em gestão empresarial, Marcelo Camorim. Graduado em ciências contábeis, direito e economia, Camorim é empresário e atualmente ocupa a presidência do Conselho de Administração e de Família do Grupo Soares, empresa goiana com quase seis décadas de fundação. 

O especialista explanou sobre o tema durante Aula Magna realizada pela UniEvangélica para os alunos dos cursos de contabilidade e direito, em seu campus em Anápolis, no dia 12 de março último. Com base no case do Grupo Soares, ele compartilhou com os acadêmicos pontos importantes para a longevidade de uma empresa, principalmente as familiares, como a implementação da meritocracia, o modelo de gestão profissionalizado, a prática do ESG, sigla para os termos Environmental, Social and Governance (Ambiental, Social e Governança), conceito adotado pelas grandes corporações de sucesso pelo mundo, além de contar a história do grupo, suas áreas de atuação, transformações realizadas e desafios futuros.

 O grupo Soares nasceu com a primeira loja de materiais de construção Irmãos Soares há quase 60 anos. Hoje ela está presente em 16 cidades e tornou-se uma holding formada por empresas que atuam também nos segmentos de incorporação imobiliária, tecnologia e agronegócio. 

Sucessão e profissionalização de gestão

Marcelo Camorim destacou que a empresa nasceu e cresceu no momento da construção de Brasília, quando havia grande demanda por materiais de construção e pouca competitividade. Porém, esse cenário mudou no decorrer dos anos, com aumento da competitividade, da inovação e desenvolvimento das práticas de gestão. 

Segundo Camorim, a primeira fase da modernização foi trazer para alta gestão profissionais de mercado. De acordo com ele, a gestão profissional é importante para que se criem mecanismos objetivos para separar interesses pessoais dos profissionais, que comumente são confundidos em uma gestão familiar. “Governança é um modelo de gestão que traz transparência ao mercado: fornecedores, banco, governo, sócios, investidores, todos precisam ter informações confiáveis sobre a corporação, para que a empresa tenha um bom posicionamento no mercado”, revelou. 

Uma das práticas adotadas pelo Grupo Soares em sua remodelação da gestão, que é híbrida atualmente, foi a implantação do Conselho de Administração. O conselho é formado sempre em número ímpar, para facilitar a tomada de decisões via votação e para fazer parte, é necessário ter experiência, mesmo sendo da família. Todos têm mandato eletivo por tempo determinado e são auditados em suas operações. 

O foco da organização, de acordo com Camorim, é envolver todos os seus processos pelas medidas de ESG. Na área de governança, com as boas práticas de gestão, na área de Environment, a empresa já adotou ações de sustentabilidade, como a instalação de placas fotovoltaicas no teto de suas lojas e na área social, ele destacou a recente lançamento do Instituto Elon Soares, que está sendo construído em Trindade, Goiás, e vai oferecer apoio ao desenvolvimento profissional e empreendedorismo dos jovens goianos, de forma gratuita.  

O presidente do conselho de administração e familiar do Grupo Soares destacou os desafios futuros da organização, tendo como principal foco preparar a terceira geração para a condução do grupo. “Nossa missão é ensiná-los a fazer as perguntas certas. O primeiro passo foi estimulá-los a construir carreira e ajudá-los a refletir em seu processo de decisão. Estamos realizando encontros com foco nesta preparação”, contou o especialista, destacando a ação como exemplo do que pode ser realizado em empresas familiares de todos os portes, para garantir uma sucessão exitosa e a longevidade da empresa.