- 13:31
Com investimento de cerca de R$ 120 milhões, o Grupo CDM, dono das empresas Plena Alimentos, Petsko, Grande Lago e Transquali Transportes, está construindo uma unidade de desossa de bovinos e modernizando a área de armazenagem e das outras unidades industriais. Os investimentos são alimentados com recursos em caixa, segundo Claudio Ney de Faria Maia, vice-presidente executivo do grupo.
Na Plena Alimentos, que produz carnes e subprodutos processados, os aportes na instalação de uma nova unidade de desossa na planta de Porangatu (GO) ficarão entre R$ 55 milhões e R$ 60 milhões. Com isso, a capacidade de desossa da fábrica vai dobrar, para 720 cabeças por dia, e os produtos finais serão levados de Goiás ao porto de Santos para exportação.
A Plena Alimentos tem unidades de abate de bovinos em Pará de Minas, Porangatu e Paraíso do Tocantins (TO). O beneficiamento de carnes é feito em Porangatu e Contagem (MG), e armazenamento e distribuição são feitos em Contagem.
“O custo do frete aumentou demais. É melhor transportar o produto acabado do que fazer o processamento na outra unidade em Contagem. O projeto é exportar pelo menos 70% do que é produzido em Goiás”, conta Maia.
Atualmente, disse, a Plena exporta de 35% a 40% da sua produção, mas o
processamento ocorre principalmente em Contagem. A empresa fornece carnes e derivados das marcas Plena, Raro Cortes Especiais e Tudbom para 20 Estados, sobretudo para açougues. As exportações são feitas para 50 países.
Maia disse que os equipamentos da nova unidade já foram comprados, mas os fabricantes têm demorado para fazer a entrega. Ele estima que, se a maioria dos equipamentos for entregue neste ano, a fábrica entrará em operação no segundo semestre de 2023. Nesse caso, a exportação no ano que vem deverá aumentar de 3% a 5%.
Roberto Oliveira, diretor comercial e de marketing da Plena Alimentos, acrescentou que, quando a unidade de Goiás estiver com 100% das operações, a capacidade de processamento da empresa crescerá 22%.
“Quando os investimentos estiverem concluídos, o faturamento deverá aumentar em torno de 30%. Em 2023, devemos crescer de 10% a 15”, prevê Oliveira. O Grupo CDM fechou 2021 com receita de R$ 2,7 bilhões e prevê chegar a R$ 3,3 bilhões neste ano, um aumento de 22%.
Maia observou que, com o encarecimento das matérias-primas – os custos
aumentaram de 25% a 30% neste ano -, pequenos pecuaristas devem evitar os confinamentos, o que torna o mercado mais atrativo para o grupo. Ele acrescentou que os estoques de matérias-primas foram comprados a preços mais baixos que os atuais, o que diluiu o impacto dos custos.
O Grupo CDM também é dono da Agropecuária Grande Lago, de confinamento de gado bovino. O negócio conta com unidades em Jussara (GO) e Igaratinga (MG), capacidade de abate de 180 mil bois por ano e capacidade estática para 75 mil cabeças. Marcos Antônio de Faria Maia, vice-presidente de operações do Grupo CDM, disse que será feito um aumento de 20% no confinamento em Goiás para abastecer a nova unidade de desossa.
Segundo Oliveira, com a redução no consumo per capita de carne bovina no país, a companhia precisa se voltar ao mercado externo. A desossa para exportação ocorrerá em Goiás porque é no Estado que fica a maior parte do gado confinado.
Maia disse que o grupo tem buscado clientes no Canadá e no Japão, entre outros mercados. Mesmo com a guerra, o grupo segue exportando para a Rússia. “Em Moscou parece que não existe guerra”, disse Oliveira. O impacto tem sido maior nos preços das matérias-primas, já que a Ucrânia é grande produtora de grãos. Dos investimentos totais anunciados, R$ 10 milhões serão aportados na planta de Pará de Minas, R$ 25 milhões a R$ 30 milhões em Contagem e R$ 30 milhões em Paraíso do Tocantins. Em Contagem, será instalado um transelevador na unidade de armazenagem para gestão automatizada do estoque. Faria disse que a capacidade
da estrutura de armazenagem vai dobrar.
Em 2021, o grupo fundou a Petsko, de produção e venda de snacks naturais para cães e gatos. A fábrica fica em Paraíso do Tocantins e recebeu aporte de R$ 20 milhões.
“O grupo já fornecia subprodutos do boi para outros fabricantes de ração.
Começamos a fabricar com foco na exportação, principalmente para os EUA. Agora vamos começar a vender a marca no Brasil”, disse Oliveira.
O Grupo CDM emprega 2,5 mil pessoas e gera 4,2 mil empregos indiretos. Com os investimentos, a expectativa é criar mais 350 postos de trabalho diretos.
Com informações Valor Econômico