Golpe do empréstimo já fez cerca de 20 vítimas em Anápolis

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Golpista assinava um cheque sem fundos ou uma nota promissória para dar uma falsa garantia de pagamento para a vítima | Freepik

De acordo com a 17ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e divulgado em julho, o Brasil registrou 208 golpes por hora. Foram 1,8 milhão de ocorrências de estelionato no país, uma alta de 37,9% em relação a 2021. Nos últimos cinco anos, a ocorrência desse tipo de crime cresceu 326,3% – em 2018, houve 426.779 casos. Segundo o levantamento, em Goiás o aumento foi de 25,5%, foram 72.579 golpes registrados ano passado, contra 57.125 em 2021.

E em 2023, os golpistas seguem com tudo. Na cidade de Anápolis, a 55 quilômetros de Goiânia, o golpe é na base da amizade. O advogado Gabriel Fonseca explica como ele acontece. “A golpista cria uma relação de amizade de maneira proposital com a vítima. Quando consegue ficar mais próxima, pede valores emprestados e, para deixá-la mais segura, oferece como garantia um cheque, uma nota promissória ou algum documento que, em tese, garantiria que a pessoa não tenha nenhum tipo de prejuízo. Entretanto, quando a data para pagamento chega, o cheque não tem fundo, a golpista mantém comunicação com suas vítimas falando que realizará o pagamento, mas isso nunca acontece”.

Segundo o criminalista, que integra o escritório Celso Cândido de Souza Advogados, apenas com processos judiciais, já se contabilizam 18 vítimas na cidade, mas que o número pode ser maior. “É importante lembrar que existem muitas vítimas que optam por não procurar o Poder Judiciário, porém, dificilmente por outro meio conseguirão o ressarcimento dos valores perdidos”, alerta. O dinheiro envolvido nesta modalidade de golpe é diverso. “Os valores variam de R$ 2.000 até R$ 25.000. Apenas uma golpista já acumulou mais de R$ 195.000 com golpes em Anápolis”, revela.

Gabriel Fonseca salienta que a melhor forma de não cair neste golpe é não fazer empréstimo para ninguém. “Mesmo sendo uma atividade costumeira entre os brasileiros, a melhor forma de não sair no prejuízo é não emprestando dinheiro. A justiça pode ser procurada em situações que saem do controle, mas se a golpista não possuir bens em seu nome, dificilmente será possível a reparação. Outra saída é por meio do viés criminal. Quando é possível notar que a pessoa tem o costume de praticar essa atividade, ela pode ser acusada pelo delito de estelionato, que possui pena de 1 a 5 anos”.