Espera-se um cenário positivo para a produção canavieira de Goiás na safra 2024-2025. Projeções da SCA Brasil indicam que a moagem naquele estado deverá atingir 79 milhões de toneladas em comparação às 76 milhões de toneladas processadas no ciclo 2023-2024. Isto graças ao forte investimento em ampliação e renovação dos canaviais goianos. No mesmo período comparativo também haverá crescimento na fabricação de açúcar, com o mix de produção saltando de 26% para 32%.
“Provavelmente Goiás será o único estado brasileiro que terá aumento na produção de cana em relação à safra passada. Além disso, as últimas chuvas estão ajudando na recuperação dos canaviais”, ressaltou o CEO da SCA Brasil, Martinho Seiiti Ono, durante reunião realizada com diretores e representantes de empresas associadas ao Sindicato da Indústria de Fabricação de Etanol de Goiás (Sifaeg), na última sexta-feira (19/04). Outro ponto destacado por Ono é a expansão do etanol de milho, estimando-se produção de um milhão de metros cúbicos (m³) pelas usinas da região.
“Percebemos otimismo por parte dos produtores goianos para a safra corrente, uma vez que o açúcar já está, em sua maioria, precificado por meio de hedge, além do etanol hidratado, que vem apresentando forte demanda e com preços melhores em comparação à safra passada”, acrescentou o CEO da SCA Brasil.
Ono acredita que Goiás terá um mercado bastante atrativo para exportar etanol durante a entressafra no Norte e Nordeste, que deverão consumir até 2 milhões de m³ do biocombustível trazido do Centro-Sul.
RenovaBio
A Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio), medida instituída há quatro anos para incentivar a indústria de combustíveis renováveis (etanol, biodiesel, biometano e bioquerosene, entre outros) por meio da comercialização de créditos de descarbonização (CBIOs) também esteve em pauta. Tanto o CEO da SCA quanto o presidente do Sifaeg, André Rocha, demonstraram preocupação com a quantidade de distribuidoras de combustíveis que não vem cumprindo as metas de aquisição e aposentadoria dos CBIOs.
“As lideranças do setor sucroenergético têm trabalhado em diversas frentes, especialmente junto ao Congresso, Judiciário, no Ministério de Minas e Energia (MME) e na Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para que medidas mais austeras sejam tomadas em relação às distribuidoras inadimplentes”, enfatizou Ono.
Competitividade
Outro ponto de atenção levantado no encontro com produtores de etanol de Goiás foi a atual política de precificação da Petrobras, que não tem reajustado o preço da gasolina mesmo diante da elevação na cotação internacional do petróleo e seus derivados, além de questões relativas ao câmbio.
“O segmento sucroenergético aguarda um reajuste de preços para que o etanol ganhe mais competitividade ante a gasolina”, observou Ono.