O engenheiro civil e empresário Renato Correia, sócio-diretor da Vega Incorporações, foi eleito na última quinta-feira (11/5), por unanimidade, o novo presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), para o triênio 2003/2026. O dirigente, que será empossado juntamente com a diretoria e conselhos de Administração e Fiscal em julho próximo, será o primeiro goiano a comandar a principal entidade de representação do setor da construção civil no Brasil.
Empresário com mais de 30 anos no setor de incorporação e construção civil, Renato Correia é sócio-diretor da Vega Incorporações, que atua nos mercados de Goiás, Distrito Federal e interior de São Paulo. Também atua em entidades classistas há muitos anos. Entre 2014 e 2017, foi presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO). Foi vice-presidente regional da CBIC no Centro-Oeste por dois mandatos e é vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção no Estado de Goiás (Sinduscon-GO).
“Suceder um presidente que é referência nacional, como o José Carlos Martins, será uma honra e um grande desafio”, ressalta Renato Correia. Ele defende que a construção civil deve ser para o Brasil um instrumento de solução de muitos de seus problemas mais importantes. “Em relação à habitação, estamos há 12 anos com um déficit de 7 milhões de moradias, em que pese o programa ter produzido 6 milhões de habitações nesse período,” frisa.
O dirigente avalia que é possível reduzir esse déficit e até mesmo zerá-lo, mas ressalta que isto não diz respeito apenas ao setor da construção civil. “É preciso que haja um amplo movimento nacional para que as pessoas possam ter as suas casas. Isso é muito importante”, enfatiza. Renato Correia também ressalta a necessidade de orçamento público da União para acelerar o Programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV).
Saneamento
Outro grande problema no Brasil, segundo o presidente eleito da CBIC, é o déficit no saneamento básico. Mais de 100 milhões de brasileiros não têm coleta de esgoto e outros 35 milhões estão privados do acesso à água tratada. “A indústria da construção civil é o instrumento para a solução desses problemas e é isso o que queremos”, diz. Atender aos cidadãos com moradias dignas e saneamento básico, afirma, ainda gera uma série de benefícios correlatos. Principalmente a criação imediata de um grande número de empregos.
Atualmente o setor emprega cerca de 2,5 milhões de pessoas no Brasil. Em 2011 e 2012 chegou a 3,2 milhões de postos de trabalho, o que mostra que a indústria está subutilizada, tendo capacidade para contribuir de forma ainda mais importante para a economia do País. “Temos espaço para oferecer mais para a sociedade brasileira. É nesse sentido que vamos trabalhar, para criar um ambiente de negócios favorável, estimular os governos e o Congresso Nacional, que definem as leis e políticas públicas”, destaca Renato Correia.
Juros e reforma tributária
Entre os maiores desafios que se apresentam ao mercado da construção civil destaca-se a elevada taxa de juros básicos do País (Selic), por se tratar de um mercado que demanda alto investimento. “Precisamos debater e repensar essa questão, para que possamos ter uma taxa menor, e melhorar as condições de crédito para as empresas e compradores. Com um ambiente mais favorável, a indústria da construção civil pode entregar muito mais”, afirma Renato Correia.
O presidente eleito da CBIC também enfatiza a necessidade de o Congresso Nacional promover a Reforma Tributária, mas frisa que é preciso levar em conta a capacidade da indústria da construção civil de gerar empregos e alavancar a economia nacional. Além disso, reforça que é necessário medidas para fortalecer o mercado de trabalho, para permitir também o aumento das receitas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
Outra questão importante, segundo o dirigente, é proporcionar segurança jurídica ao mercado, o que é vital para um setor que tem como característica os investimentos de longo prazo. Esse processo se inicia, no que se refere a construção de moradias, com a compra do terreno, passando pelo desenvolvimento, aprovação e legalização dos projetos, até o financiamento e venda dos empreendimentos.
Na parte de obras de infraestrutura, a segurança jurídica é fundamental nas relações com o poder público, a exemplo das contratações. “As empresas precisam ter asseguradas as condições para entrar na obra e terminá-las”, explica Renato Correia.