Considerada a maior feira de internacionalização de negócios do País, a Ficomex chegou ao fim na quinta-feira (29/08) com importantes resultados alcançados, que vão fortalecer a economia do País, especialmente dos estados que integram o Consórcio Brasil Central (Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Rondônia, Tocantins e Distrito Federal). A previsão é que a Feira deve alcançar R$ 500 milhões em negócios prospectados para os próximos meses.
Realizado no Centro de Convenções de Goiânia, nos dias 28 e 29 de agosto, o evento reuniu mais de 170 expositores de diferentes estados e países e recebeu, em média, 15 mil pessoas em dois dias de programação. Nas Rodadas de Negócios, foram mais de 100 reuniões, com a participação de 60 empresas, além de 13 workshops, com média de 80 participantes cada um; 35 palestras e painéis, e a presença de 40 embaixadas e câmaras de comércio exterior.
Para o presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviços do Estado de Goiás (Acieg), Rubens Fileti, toda essa movimentação mostra que as metas planejadas, por meio do tripé política pública, educação e negócios, foram alcançadas. “Na parte de negócios, tivemos muitas conexões, estabelecimento de parcerias comerciais e prospecção entre empresas de pequeno a grande porte, de diferentes países do mundo, que vão trazer ganhos nos próximos meses e impactos positivos para a economia. Não queríamos uma feira para ficar carregando sacolinha, mas para gerar bons e importantes negócios”, destaca.
Na área de política pública, Rubens enfatiza como importante legado a proposta feita pela Acieg, praticamente aprovada, de criação de um bloco econômico público-privado envolvendo os sete estados do Consórcio Brasil Central. “Dessa forma, poderemos interagir, de forma conjunta, gerando renda para todos da região. O bloco terá mais atribuições, autonomia e plano de trabalho de integração, além de criação de políticas econômicas e maior convergência empresarial para os próximos cinco anos. É um marco que a Ficomex propôs e que deve fortalecer o Brasil Central além das fronteiras do País”.
Com base nessa proposta, foi redigida a “Carta de Ficomex”, que é um memorando e documento com propostas, assinado pelo presidente da Acieg/Faciest, Rubens Fileti, para que nos próximos meses um grupo de estudos, com agentes privados e públicos, debatam a evolução da região Brasil Central no comércio internacional. O documento traz a propositura de ações para dar lastro, continuidade e eficiência às oportunidades surgidas durante a Ficomex, para debater eixos de negócios, educação e políticas públicas, com identificação de vantagens competitivas, realidades distintas, sinergia e gargalos.
Já na educação, o presidente da Acieg reforça a relevância do conhecimento compartilhado por meio de palestras, painéis e workshops, que contemplaram uma gama de assuntos que, direta e indiretamente, impactam as relações internacionais. “Do agro à moda, da mineração ao meio ambiente, todo assunto que faz parte do cotidiano da população, seja do empresário e empreendedor, do estudante, do produtor rural, enfim, esteve presente em nossa programação. Foram dois dias levando informações por meio da Arena BRB, Espaço Global, workshops, que agregam e ampliam horizontes. E é o que pretendemos com a feira, proporcionar ganhos não só a curto prazo, mas a médio e longo também. Muitas lições foram aprendidas e podemos ter certeza que em 2025 traremos mais novidades e um evento ainda melhor”, comemora.
Anúncios e lançamentos
Durante a Feira, ocorreu o anúncio de um novo ciclo do Programa de Qualificação para Exportação (PEIEX), com investimento de quase R$ 1,3 milhões, por meio da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), em parceria com a Secretaria de Estado de Indústria e Comércio (SIC) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg).
O PEIEX seleciona bolsistas e forma um cadastro reserva para atuação no Núcleo Operacional do programa, que será instalado em Goiânia. O edital visa implementar uma equipe dedicada à capacitação técnico-gerencial e tecnológica das empresas goianas, preparando-as para inserção no mercado internacional. As bolsas oferecidas variam de R$ 1.299,31 a R$ 10.927,51, com um total de dez vagas imediatas e várias oportunidades para cadastro reserva. As empresas selecionadas para participar do PEIEX recebem acompanhamento individualizado, além de participarem de eventos e qualificações coletivas, tudo com o intuito de aprimorar seu desempenho e facilitar a exportação de seus produtos e serviços.
Já o Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Serviços (SIC), apresentou o Programa Goiano de Remineralizadores aos investidores estrangeiros, em um workshop voltado ao tema. O Programa foi lançado, em âmbito estadual, pela SIC, no dia 12 de agosto, e conta com várias instituições parceiras, entre públicas e privadas, e com um aporte do Tesouro Estado de R$ 20 milhões até 2025. O objetivo é a implementação de práticas sustentáveis na mineração e na agricultura, alinhando-se aos objetivos da Agenda 2030 das Nações Unidas.
A fim de facilitar ainda mais a exportação da produção goiana para o restante do país e outras partes do mundo, o governador Ronaldo Caiado também assinou, durante a abertura da Ficomex, um protocolo de intenções com representantes do Porto do Açu Operações S.A, do Rio de Janeiro. O objetivo da iniciativa é viabilizar a troca de informações entre o Estado e a empresa para desenvolver pesquisas estratégicas que possibilitem a melhoria da eficiência da movimentação de cargas originadas e destinadas a Goiás.
Na ocasião, Caiado ressaltou a importância de promover parcerias logísticas para buscar novas formas de escoamento da produção agropecuária goiana. “É interessante para Goiás. Essa estrutura pode atender muitas empresas do estado”, afirmou.
O Porto do Açu fica localizado em São João da Barra, no Norte do Rio de Janeiro, e é o único totalmente privado do Brasil, com investimentos que totalizam R$ 20 bilhões. Além de localização estratégica, a empresa tem como vantagens a cooperação com portos internacionais e a redução da burocracia para operação dos clientes.
Para conduzir o estudo, o Governo de Goiás criou um Grupo de Trabalho (GT) com representantes do Estado e do Porto do Açu. Esse grupo, formado por servidores das secretarias de Governo (SGG), Agricultura (Seapa), Infraestrutura (Seinfra), Meio Ambiente (Semad), Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra) e Instituto Mauro Borges (IMB), terá cerca de quatro meses para apresentar um relatório final com conclusões e recomendações.
Ficomex 2024
A Ficomex foi promovida pela Acieg, por meio de sua Câmara de Comércio Exterior (Comex-Acieg), e Faciest, com correalização do Governo de Goiás, e parceria com entidades empresariais, terceiro setor e poder público. A ação também tem o apoio do Sebrae Goiás e do Consórcio Brasil Central. São patrocinadores da Ficomex: Sicoob Unicentro, Iest Group, Alibaba, Antares Aeroporto, Unimed Goiânia, Porto do Açu, AHL Agro, Lunding Mining, São Salvador Alimentos, OCB-GO, Equatorial Energia, Soluti/Everest, Grupo José Alves, Porto de Suape, Caixa Econômica Federal, Apex Brasil e Correios – Governo Federal.
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