Esta semana, Goiânia recebe mais uma edição da Aviation XP Centro-Oeste, feira de aviação que será realizada nos dias 29 e 30 de junho, no Aeroporto Santa Genoveva. O evento reunirá num mesmo lugar diversas empresas de manutenção área, fabricantes de peças e diversos prestadores de serviços aeroportuários. A feira também contará com palestras, mesas redondas e exposição de aeronaves. A escolha da capital de Goiás para sediar o evento pela segunda vez é mais do que estratégica, já que o Estado é o quarto maior pólo de serviços de aviação do país, ficando atrás apenas de Mato Grosso, São Paulo e Rio Grande do Sul.
De acordo com dados da Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag), o estado abriga 92 empresas de táxi aéreo, aviação agrícola e manutenção aeronáutica. Mato Grosso é o Estado com maior número de companhias do tipo, com 638 negócios voltados para a aviação geral. Entre os 26 estados e o Distrito Federal, Goiás é também o sexto maior em número de aeródromos privados, com 159 áreas particulares homologadas para pousos e decolagens de aviões. Segundo muitos especialistas, essa vocação econômica de Goiás para a aviação se explica, em grande parte, pela força do agronegócio e sua localização geográfica privilegiada, no centro do País.
E para os próximos anos a capital goiana deve se consolidar ainda mais como um dos principais pólos da aviação geral no País, já que até 2024, a sua região metropolitana irá contar com o início das operações do maior pólo aeronáutico do Centro-Oeste. Capitaneado pelas empresas Tropical Urbanismo, Innovar Construtora, CMC Engenharia, BCI Empreendimentos e Participações e a RC Bastos Participações, o Antares Polo Aeronáutico está sendo construído em Aparecida de Goiânia, numa área total de 209 hectares, que contará com um aeroporto público-privado para atender a todos os segmentos da aviação (aviação agrícola, táxi aéreo, aviação executiva, o regional e outros).
O mega empreendimento, que será um dos expositores da Aviation XP Centro-Oeste, também contará com hangares e infraestrutura para receber empresas de manutenção, fabricantes de peças aeronáuticas, escolas de formação para pilotos e empresas de transporte e logística. Em sua primeira fase, o polo irá entregar 72 lotes de 1.000 m² a 1.500 m², com infraestrutura completa, pista de pouso e decolagens para receber até aeronaves de grande porte (como o Boeing 737 800), terminal de embarque e desembarque, portaria e estacionamento.
Voando alto
O empresário e um dos sócios empreendedores do Antares Pólo Aeronáutico, Marcos Bernardo Campos, afirma que a Aviation XP certamente conseguirá demonstrar ao segmento especializado e ao grande público que o setor da aviação geral ou executiva no Brasil vive um grande momento.
“Mesmo durante esses dois últimos anos de pandemia, o setor não deixou de crescer. Temos dados da Abag que apontam que, entre 2020 e até abril deste ano, a frota operacional do país registrou um aumento de 4%. Neste mesmo período, só a frota de jatos na aviação de negócios cresceu 8,8%. Os números mostram que o setor cresce e pode crescer muito mais”, avalia.
Marcos Bernardo lembra ainda que no mundo todo, os aeroportos, mais do que uma infraestrutura para operações de aeronaves, são também importantes pólos indutores de desenvolvimento e geração de empregos de alta qualidade.
“Um aeroporto ou um pólo aeronáutico atrai para suas imediações novos serviços, novas empresas e comodidades, como lojas, hotéis e entretenimento. Portanto, é uma infraestrutura com enorme potencial econômico e que gera mais empregos, mais renda e atrai melhor infraestrutura. Para se ter ideia, só o Antares, quando estiver em total operação, irá gerar mais de três mil postos de trabalho”, afirma.
Aviação e economia
De acordo com o incorporador e também um dos sócios do empreendimento, Rodrigo Neiva, num país com as dimensões do Brasil, a aviação traz possibilidades quase que infinitas de negócios e geração de empregos qualificados.
“Num universo de mais de 5.600 municípios brasileiros, hoje, somente 100 são atendidos por voos regulares da aviação comercial, o que deixa cerca de 5.500 cidades fora do circuito das grandes companhias áreas. Portanto, o investimento na aviação executiva, ou geral, é a grande solução para uma conexão eficiente entres as variadas regiões de um país com proporções continentais, como é o nosso”, afirma o empreendedor.
Rodrigo Neiva avalia que o modal aéreo é o mais indicado para a moderna economia dos dias de hoje, que é fortemente impactada pelo E-commerce. Segundo ele, agilidade, eficiência e segurança são as palavras que melhor definem a aviação como meio de transporte. “Em um país com dimensões continentais como o Brasil, alguns lugares são de difícil acesso e podem ter prazos muito longos oferecidos por outros meios de transporte”, argumenta o empreendedor.
Os números demonstram que também no transporte de cargas, a aviação brasileira tem um longo e promissor caminho a percorrer. De acordo com informações da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), a utilização do modal aéreo é equivalente a 4% do transporte de toda a carga do país, apesar dos 60 aeroportos, 24 terminais logísticos para carga e 72 estações de controle de tráfego aéreo.
Comparando com outros meios de transporte de carga: o rodoviário é o mais utilizado, alcançando cerca de 61% do total, seguido pelo modal ferroviário, que alcança 21% e o aquaviário equivalente a 14%. “Também nesse segmento da logística e transporte de carga, o mercado da aviação no Brasil ainda tem um potencial enorme de crescimento”, acrescenta Rodrigo.