Empregabilidade do agro aumenta em 2022 e há vagas sobrando em 2023

Se algumas décadas atrás, o sonho do jovem no campo era ir para cidade em busca de melhores oportunidades de trabalho, hoje o caminho é o inverso e o agronegócio já atrai até quem não é do meio rural. De acordo com pesquisa do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da USP, a empregabilidade do setor aumentou em 2022, tendo, no terceiro trimestre daquele ano, 19,07 milhões de pessoas em atuação.

Goiás é destaque na geração de empregos no agro. Conforme Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o estado lidera a geração de empregos com carteira assinada no agronegócio na região Centro-Oeste e é o segundo no ranking nacional do segmento. Só em março deste ano, dado mais recente do Caged, foram 4.814  vagas de saldo positivo. E mesmo com o surgimento dessas milhares de oportunidades, o agro ainda tem vagas sobrando e carência de mão de obra qualificada.

Para tentar fazer frente a esse problema, empresas como a goiana Pivot Máquinas Agrícolas e Sistemas de Irrigação estão, não só estão constantemente com vagas em aberto, mas também capacitando novos profissionais. Desde 2020, a companhia, que é uma das líderes nacionais na comercialização de maquinário agrícola e sistema de irrigação por pivô central, promove o Pivot Training, um programa de recrutamento de novos talentos que seleciona jovens acima de 18 anos, dando um curso técnico na área de manutenção agrícola. Os participantes do programa, que tem duração de um  ano, são contratados com carteira assinada e recebem um salário mínimo.

“Desde o início do programa, já são mais de 100 jovens que foram contratados como trainees e a grande maioria que concluiu o treinamento foram encaminhados a uma das 12 lojas da Pivot, espalhadas pelos estados de Goiás, Minas e Bahia”, informa a analista de recrutamento e seleção do Grupo Pivot, Polyana Borges de Carvalho. Ela explica que para participar do programa não é necessário experiência. “Pedimos apenas que a pessoa seja maior de 18 anos, tenha Ensino Médio completo, apresente vontade de aprender uma nova profissão e more próximo às cidades onde a Pivot possui lojas”, explica.

Diante de um agronegócio cada vez mais dinâmico e tecnológico, Polyana afirma que o programa Pivot Training foi a melhor solução que a empresa encontrou para contornar a dificuldade de se conseguir mão de obra qualificada. “Hoje, com a forte expansão do agronegócio no mundo e diante de ferramentas como drones, maquinários automatizados que usam até inteligência artificial em seus sistemas, se requer cada vez mais uma qualificação profissional que décadas atrás não existia”, ressalta a analista.

Jovens talentos
Integrante da primeira turma do Pivot Training, em 2020, o técnico em manutenção de equipamentos agrícolas, Marcos Eduardo Moura Justino, que hoje atua numa das lojas da Pivot em Goiânia, diz que o programa de capacitação foi fundamental para ele.

“Esse treinamento me ajudou de todas as formas  possíveis, porque com a teoria passada no treinamento, eu tive base para estar atuando onde atuo hoje”, revela.

O técnico mecânico Victor Hugo da Silva Ferreira, faz parte da segunda turma do Pivot Training. Ele conta que sempre gostou de mecânica, mas não tinha tido ainda a oportunidade de atuar na área. “Quando era adolescente, eu trabalhei num tipo de oficina que fazia reforma de bancos de carros, mas ainda não era o que eu queria. Querendo trabalhar na área foi para a auto-elétrica de um primo, eu acabei entrando no Senai para fazer um curso de  técnico eletricista. Lá conheci um professor, que anos depois, me indicou para atuar na área de mecânica agrícola, que segundo ele, tinha muitas oportunidades de emprego e oferece uma remuneração melhor”, relembra Victor Hugo, que trabalha na loja da Pivot de Nova Crixás.

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