A CAOA Montadora de Veículos, em Anápolis, deixará de fabricar 2 mil veículos neste ano por falta de componentes. A empresa tem capacidade para produção de mais 100 mil carros por ano. Segundo o gerente institucional da empresa, Pedro Suris Sacramento, o mercado está “terrível”.
“Vamos deixar de fabricar 2 mil veículos por falta de semicondutor. Falta no mundo inteiro por causa da pandemia da Covid-19”, revela. Questionado se faltam outros insumos na Caoa, ele diz que não. “Outras empresas, de outros segmentos, também passam dificuldade.”
Destaca-se, segundo pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em outubro, 68% das empresas das indústrias extrativa e de construção têm dificuldades de abastecimento de insumos e de matérias-primas. O número é o maior desde fevereiro, quando 73% das empresas relataram o problema.
Ainda de acordo com o levantamento, mais da metade das indústrias acredita que o desajuste só terá fim a partir de abril de 2022. É a expectativa, também, do presidente executivo da Associação Pro-Desenvolvimento em Goiás (Adial), Edwal Portilho, o Tchequinho.
“As coisas irão se reorganizar no pós-pandemia, se adequando para formar as demandas. Esperamos que volte a normalidade.”
Apesar de não ter os números específicos de Goiás, ele afirma que o setor, de fato, enfrenta problemas, que variam de setor para setor. “A indústria de construção já começa a se normalizar. Mas as que trabalham com componentes eletrônicos, insumos agrícolas, por exemplo, ainda têm sofrido”, enumera.
Pesquisa CNI
A pesquisa CNI corrobora o apontamento de Tchequinho. Dos 18 dos 25 setores da indústria de transformação consultados, mais de dois terços encontram dificuldades na compra de insumos no mercado doméstico.
Os mais atingidos são os setores de: calçados, 90%; couro, 88%; móveis, 85%; indústria química, 79%; vestuário, 78%; madeireiras, 78%; indústrias de equipamentos de informática e produtos eletrônicos, 77%; bebidas, 76%.
O problema também atinge aqueles que dependem de insumos importados. 18 relataram dificuldades nas compras, mesmo pagando mais por elas. Os mais afetados: farmacêuticos, 88%; máquinas e materiais elétricos, 86%; vestuário, 85%; material plástico, 84%; limpeza e perfumaria 82%; têxteis, 81%); e móveis, 80%.
Construção civil
Se em Goiás a construção civil mostra resquícios da normalidade, na esfera nacional, segundo a pesquisa, os problemas para obter matéria-prima ainda são grandes. De fevereiro para outubro o número de reclamações para aquisição subiu de 72% para 75%.
No segmento, 88% acreditam que a normalização só ocorrerá em 2022. Outros 9% das empresas temem se regularize somente em 2023.
Com informações Mais Goiás