O Brasil embarcou 107,5 mil toneladas de carne bovina aos países árabes entre janeiro e julho deste ano, volume que superou as 161,9 mil toneladas registradas no mesmo período do ano passado, segundo levantamento da Cdial Halal, com base em dados da Secex e da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC).
Exportações
As exportações de carne bovina para os Emirados Árabes tiveram alta de aproximadamente 15% de janeiro a julho de 2021 quando comparado ao mesmo período de 2020, resultando em mais de 25 mil toneladas. Jordânia também teve uma leve alta de 5% referente às compras de 2020. O Kwait aumentou 1.500%, saindo de 50,51 toneladas para 808,99 toneladas de acordo com dados da ABIEC.
Dados do ComexStat afirmam que os Emirados Árabes geraram receita de US$ 104 milhões, sendo responsável por 2,4% das carnes exportadas do Brasil. China segue na liderança com US$ 2,5 bilhões (valor FOB), importando 56% das carnes bovinas brasileiras.
“O mundo necessita de proteína com qualidade. É importante manter nossa resiliência e continuar com controles sanitários rígidos, buscar e ampliar as oportunidades de negócio”, ressalta gerente de Relações Internacionais da Cdial Halal, Omar Chahine.
O halal está em tudo que o muçulmano consome, desde alimentos, cosmético, fármaco, entre outros. “Porém é importante ressaltar que a certificação não é destinada somente aos muçulmanos, mas para qualquer comunidade que queira um produto de qualidade e seguro”, comenta Omar.
Rebanho bovino
Conforme dados divulgados pela EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, em 2020, o rebanho bovino brasileiro foi o maior do mundo, representando 14,3% do rebanho mundial, com 217 milhões de cabeças, seguido pela Índia com 190 milhões de cabeças, além de sermos o maior exportador desta carne.
Mundo muçulmano e abate halal
Entre 2000 e 2020, as exportações de carnes brasileiras renderam US$ 265 bilhões. Porém, ao se fazer o recorte sobre a carne bovina, o país, em 2020, foi o maior exportador de carnes do mundo, com 2,2 milhões de toneladas e 14,4% do mercado internacional.
Em seguida, aparecem a Austrália, Estados Unidos e Índia. Atualmente, segundo levantamento realizado pelo Instituto Americano Pew Research Center, há cerca de 1,8 bilhão de muçulmanos no mundo.
Questões culturais
Para entender um pouco mais sobre a importância deste mercado, é interessante conhecer alguns conceitos. O alimento permitido no Islã, de acordo com as regras de Deus escritas no Alcorão, é denominado halal, que em árabe significa lícito, autorizado, ou seja, alimentos que seguem 100% todas as normas da jurisprudência islâmica para consumo dos muçulmanos. Neste caso não há consumo de álcool ou qualquer incidência de derivados de suínos.
Em frigoríficos, por exemplo, são necessárias algumas condições: o abate deve ser efetuado por um muçulmano; a face do animal deve estar voltada para a Meca; o sangue precisa ser extraído da carcaça para evitar contaminação; deve ser uma morte rápida para evitar sofrimento ao animal, além de uma higienização perfeita. As informações partem da assessoria de imprensa da Cdial Halal.
Fonte: Arno Baasch ([email protected]) / Agência SAFRAS